sábado, 27 de junho de 2009

Solicitação de Baixa




Betim, 27 de junho de 2009


ATT: Ao comando da “Revolução”;
Ref.: Solicitação de Baixa;
Ilmo. “Comandante”:

Depois de ler os documentos [(link)(link)] e ponderar bastante me decidi:

Não quero me alistar nesta revolução!!!

Não quero liberdade de ser eu mesmo. Só Deus e eu sabemos quem sou e só Ele e eu sabemos quem posso ser. Quero sim a liberdade que a verdadeira Graça me dá de ser quem Deus quer que eu seja. Liberdade de me escravizar em Suas mãos. Quero limites. Quero saber até onde posso ir. Se os tendo por muitas vezes me pego ultrapassando-os, o que será se não os tiver.

Não quero seguir minha consciência. Minha consciência não é confiável. É frágil, moldável. Basta forçá-la um pouco e logo se cala. E pior posso até mesmo cauterizá-la. Quero a consciência do Espírito. Quero a força da Palavra me dizendo que sou um pecador miserável e que preciso mudar de vida. Quero arrependimento. Quero metanóia. Quero a voz de Jesus me dizendo: “Vai e não peques mais”.

Não quero amor sem disciplina. Isso não é amor é conivência.

Não quero simplesmente ser aceito, quero ser corrigido quando errar. Não preciso de tapinhas nas costas, preciso de alguém que me mostre que estou errado e me ajude a voltar ao caminho, mesmo que para isso eu precise sofrer alguns “açoites”.

Não quero mentores. Quero pastores. Também não quero mercenários. Quero pastores. Quero a vara e o cajado que podem me consolar. Quero liderança que me mostre o lugar certo de pisar neste caminho estreito. Quero quem me acompanhe na jornada. Quero quem me livre dos tropeços e não alguém pra apenas me dizer de vez em quando: “Levanta, sacode a poeira e vai. A vida é assim mesmo...”.

Enfim, não quero me alistar nessa revolução.

Ela não traz nada de novo. É a religião da não-religião. É a igreja dos sem-igrejas. É o jugo dos que não querem jugo. É o absoluto da falta de absolutos. É a construção da desconstrução.

Com todo respeito aos revolucionários de plantão, mas não posso tomar este caminho com vocês. Não posso, pois olho pra frente e me vejo daqui a dez anos, sentado em uma mesa, rodeado de uns poucos remanescentes de “guerra” cantando:

“Minha dor é perceber... que apesar de termos feito tudo que fizemos... ainda somos os mesmos... e vivemos como nossos pais”*.

* Para aqueles que acham que no “Velho Governo” não existe ou não pode existir poesia.

Marcelo Batista Dias

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