As mídias sociais disponíveis 24 horas por dia por meio de
celulares, tablet’s e afins, tem proporcionado uma interação múltipla jamais
vista. Milhares e milhares de pessoas se relacionando por tais mídias a toda
hora, em todo tempo, o dia todo. Isso tem seus benefícios. Mas tem seus
malefícios também. Mais do que se imagina.
Pense por exemplo nas lendas urbanas. No meu tempo de infância
e adolescência, uma lenda urbana demorava tempo para se propagar. Claro, pois a
única forma de se conversar era pessoalmente. Depois veio o telefone, mas “era
caro demais para se gastar tempo com essas palhaçadas” – dizia meu pai.
Quem nunca temeu ir ao banheiro da escola sozinho, com medo
da “mulher de branco”, ou da “loira do banheiro”? Tempos bons aqueles em que
lendas urbanas somente nos faziam sentir aquele frio na barriga, ou tremor na “espinha”.
Hoje em dia as lendas urbanas surgem aos milhares e se
espalham na velocidade incalculável dos “curtir” e “compartilhar”, dos dedos
frenéticos no “zap-zap”. O grande problema é que elas se tornaram muito mais
assustadoras e perigosas.
Bem mais parecidas com a vida real, e muito mais disfarçadas
de verdades que as antigas, as lendas urbanas de hoje causam pânico geral. Pessoas
se desesperam pelo fato de a situação de segurança publica ser tão ruim em
nossa nação e repassam indiscriminadamente informações sem o mínimo de escrúpulo,
reflexão, ou pesquisa para saber se a coisa procede mesmo.
Pior ainda são aqueles que se aproveitam disso para “trollar”
pessoas expondo as mesmas ao ridículo e ao risco de serem linchadas em praça
pública dependendo do boato em que são inseridas.
Ainda pior é a maldade de quem fabrica tais informações
apenas para ver o pânico geral e se esconde atrás do “acabei de receber de um
grupo policial e estou repassando”. O cinismo esconde a verdadeira maldade que
habita o coração.
Neste caso tais mídias sociais se tornam uma forma de o
indivíduo expressar sua maldade e alcançar o coletivo sem correr o risco de ser
incriminado, discriminado, preso, ou sequer ser criticado. Afinal tudo não passa
de brincadeira, de piada, e não se pode levar a sério este tipo de coisa –
dizem eles. Mas o que vemos na verdade, é o terror disfarçado de jocosidade.
Por
isso meu querido, se você leu até aqui, peço-lhe encarecidamente, não seja mais
um propagador deste terror que assola os dias e noites de nosso tempo. Pense no
conselho do sábio Salomão: “Não é bom proceder sem
refletir, e peca quem é precipitado”. (Provérbios
19:2).
Seja criterioso. Avalie. Pesquise. Não seja
massa de manobra de sociopatas disfarçados de palhaço. Pense! Use sua cabeça
antes de usar seus dedos.
Marcelo Batista Dias