sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Coração Novo


 Feliz Ano Novo! Normalmente é assim que saudamos as pessoas que amamos quando entramos em um novo ano. O desejo expresso nessa frase é de que o ano recém chegado seja muito melhor que o ano que passou. Mas o que faz um ano novo, ou melhor, que outro? O que torna realmente novo o ano que se inicia?
Pensando naquilo que Salomão diz em Ec 1.4-11 vamos perceber que de novo, o ano que se inicia não trará nada. Não estou sendo pessimista, mas é que se esperamos que o mundo vai melhorar, que as lutas vão diminuir, que os problemas vão se acabar, estaremos sendo ingênuos demais. As tragédias naturais vão continuar acontecendo, a miséria de muitos continuará a existir, as dificuldades de relacionamento ainda persistirão... enfim do ponto de vista humano não haverá nada de novo debaixo do sol.
O que realmente faz um ano novo é a forma de olharmos os mesmos problemas que enfrentamos no passado e ainda enfrentaremos no futuro. O que faz um ano melhor são as reações individuais a cada circunstância que se repete de formas diferentes. O que faz um ano novo é uma disposição nova do coração de cada um de nós. Isso torna um ano realmente novo - um coração novo!
Por isso queridos leitores, irmãos e amigos, não lhes desejarei um feliz ano novo se isso significar que as mesmas atitudes erradas que cometemos continuarão a existir. Não lhes desejarei um feliz ano novo se continuaremos a encarar nossa vida apenas como um fim em si mesma. Não lhes desejarei um feliz ano novo se nossos corações continuarem os mesmos e nossas vontades e desejos permanecerem apenas auto centradas.
Quero lhes desejar um feliz coração novo! Quero lhes desejar que neste ano que se inicia vivamos voltados de corpo e alma para Aquele que de fato faz a vida ter sentido.
Que todas as bênçãos recebidas sejam dedicadas para glória de Deus! Que toda luta pessoal seja vivida para a glória de Deus! Que todos os nossos relacionamentos sejam para a glória de Deus! Que todos os nossos dons e talentos, empregos e atividades diversas sejam realizadas, dentro ou fora da igreja, sempre e sempre para glória de Deus! 
Aí sim, se esta for a realidade em nossas vidas, mesmo que eu e ninguém mais lhes desejem um feliz ano novo, com certeza ele será extremamente feliz, de tal forma que eu você jamais acreditaríamos que fosse.
Feliz Coração Novo!
Feliz Ano Novo!     

Marcelo Batista Dias 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Nem Chester, Nem Panetone



Chegou o Natal!!! As luzes e as belíssimas decorações das lojas brilham intensamente. Dos meios de comunicação saltam as propagandas daquelas aves típicas que só aparecem nesta época. Nunca vi uma criação de Chester, nem de “Ave-Fiesta” ou de qualquer uma destas penosas natalinas. Elas só vivem e morrem neste período. Outro que só aparece no Natal é o tal do Panetone. São produtos de época assim como alguns cristãos.
Preste atenção nestas palavras: “Jesus ficou o ano todo trancado em um armário. Hoje o tiraram porque está chegando o Natal; passaram nele o espanador, o lavaram, o enfeitaram e cobriram seu corpo com papéis coloridos. Puseram-no na árvore com estrelas e velas entre guirlandas e neve feitas com fibra de vidro”. Tais palavras foram escritas por Facundo Cabral, um escritor argentino não crente. Neste texto ele ironiza o que a sociedade fez do Natal – uma data para amenizar o descaso com o Jesus que ela ignora o ano inteiro. E infelizmente muitos crentes têm feito isso também.
Muitos cristãos vivem o ano todo ignorando os ensinos de Cristo em sua vida diária. Esquecem de sua vida, ministério e obra. Mas quando chega o Natal, tiram Jesus do fundo do baú e o colocam nos lábios. Apenas nos lábios. Nunca no coração.
O problema é que essa atitude não livra ninguém da condenação do inferno. Em Mt 7.22,23, Jesus condena aqueles que viviam uma confissão de fé meramente labial, que não fazia diferença no resto da vida deles, a uma existência eterna no inferno – “apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Por isso meu irmão, não seja um “crente-chester”, nem um “panetone-gospel”. Não seja cristão por conveniência ou de época. Entenda o que Cristo fez em toda sua vida. Ele fez o que fez para que eu e você vivêssemos o ano todo e a vida toda sob os efeitos de sua vida e obra, e não apenas de seu nascimento. 

Feliz Natal.

Marcelo Batista Dias

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Outro Lado do Natal

É preciso que todos nós entendamos o que se passa nesta época.
Vemos declarações de alegria e votos de felicidades fundados no princípio do Natal.
Jesus nasceu! Que alegria! Comamos! Bebamos! Compremos! Compremos! Compremos!
Mas será que há de fato tanto com que se alegrar?
Será que há de fato tanta razão de se festejar?
Não sou pessimista, legalista ou tradicionalista.
Sou reformado e por isso mesmo sou realista.
A realidade do Natal é uma realidade de alegria sim. 
Mas tal alegria não pode ser jamais desvencilhada da tristeza real que motivou o Deus vivo e verdadeiro a se encarnar e vir a este mundo, numa atitude de humilhação tal que, nenhum de nós, por mais destratados que sejamos seremos capazes de viver.
Me dê 35 minutos dos seu tempo.
Aiás não! Se dê 35 minutos do seu tempo e assista a esta exposição da Palavra de Deus feita pelo Rev. Heber Campos sobre o outro lado do Natal.
O outro lado, que as luzes dos piscas-piscas e das lojas dos shoppings nos impedem ver.

Marcelo Batista Dias



O Outro Lado do Natal from IPP on Vimeo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Avivamento e Reforma



No dia 31 de outubro passado foram celebrados os 494 anos da Reforma Protestante do séc. XVI. Gostaria de retornar nossas mensagens sobre avivamento fazendo uma alusão este movimento grandioso que deu origem à Igreja Presbiteriana e outras.
A Reforma foi antes de tudo um grande avivamento na vida da igreja cristã. Sabemos dos mandos e desmandos da Igreja Católica Romana nos tempos de Lutero. E sabemos que aquela igreja estava longe, muito longe do que realmente devia ser a igreja de Deus descrita nas Escrituras.
Lutero amava sua igreja. Ele lutou o quanto pode para fazer com que ela revisse alguns de seus erros e tomasse uma nova postura. Ele não pretendia rachar a igreja. Ele queria apenas que ela mudasse algumas coias. Acontece que a ICAR não aceitou suas proposições e ele portanto teve que romper com ela e bem assim todos os reformadores após ele o fizeram também.
Em Efésios 4.22,23 Paulo diz que devemos nos despir do “velho homem” e em Colossenses 3.5 ele diz que devemos “fazer morrer” nossa natureza terrena. Jesus Cristo nos ensina em Mateus 16.24 que seus discípulos devem negar-se a si mesmos. Todos estes textos falam de ruptura. Todo aquele que deseja servir a Deus de coração precisa romper com seu passado de vida. Isso nos leva a crer que todo momento avivador é um movimento de ruptura.
Todo avivamento precisa ser seguido de reforma. É preciso haver mudança de atitudes. É preciso haver rompimento com práticas pecaminosas e ou religiosas vazias a fim de se viver uma vida verdadeira na presença de Deus. Essa reforma ou rompimento não é opcional, e sim obrigatória. O velho homem tem que morrer, nosso eu tem que ser negado, do contrário não haverá vida em nós.
Assim não adianta elevarmos a “temperatura” dos nossos cultos se não houver mudança de vida nos dias seguintes. Culto agitado não é sinônimo de avivamento, mas sim vidas transformadas, reformadas. Isso sim é um grande sinal de Deus está avivando sua igreja.
Ficam por fim as palavras de A W. Tozer para nossa reflexão: “É inútil grandes grupos de crentes gastarem horas e mais horas implorando que Deus mande um avivamento. Se não pretendemos nos reformar, também não devemos orar”.
Que Deus nos abençoe.

Marcelo Batista Dias
Mensagem publicada em boletim informativo da I P do Ideal, Ipatinga, MG.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Estou...



Estou...
Aqui, mas gostaria de estar lá;
Cansado,
Querendo trabalhar,
Com vontade de dormir,
Querendo desistir,
Com vontade de lutar,
Pensando em partir,
Desejando retornar,
Achando que vou ficar.

Estou...
Com vontade de comer,
Sem fome,
Querendo estar na rua, mas se vou pra rua, quero ir pra casa,
Querendo pedalar,
Querendo caminhar,
Querendo tudo,
Fazendo nada,
Fazendo tudo,
Ganhando nada,
Amando,
Me iludindo.

Estou...
Onde muitas vezes estive,
Onde nunca quis estar,
Onde já gostei de ficar,
Como nunca mais quero estar,
Onde nunca mais vou estar;
Como nunca mais vou ficar, quando enfim Te reencontrar. “Maranata!”

Marcelo Batista Dias

sábado, 13 de agosto de 2011

Simplesmente, Pai...


Seria um dia comum se não fosse pelas palavras que o velho ouviu de seu filho mais moço: “Pai eu quero o que é meu. Dá-me a parte dos bens que me cabe”.

“Que atrevido!” – talvez pensasse o velho. Mas sem muita conversa dividiu a herança e deu ao jovem o que tanto queria. Compreensão de pai...

Entra dia e sai dia, e lá está a cabeleira branca despontando por sobre a porteira da fazenda – “Pode ser que demore muito, mas sei que um dia ele vai voltar. Vê-lo-ei pela estrada. Correrei, o abraçarei, o beijarei...”. Esperança de pai...

Os dias passam lentamente. Mas um dia, de repente, eis que surge o tão esperado. O filho, mendigo, vem cambaleando pela estrada. Maltrapilho, malcheiroso...

Quem se importa! O velho se esquece dos anos que lhe pesam sobre os ombros. Sente a força em suas pernas, e como se fosse o jovem de passados anos, dispara em direção ao vulto cambaleante na estrada. Amor de pai...

Lágrimas. Abraços. Beijos. “Pai me perdoa. Pequei contra céu e contra ti. Faze-me teu escravo. Não posso mais ser chamado de filho”.

“Ouçam todos! Achei meu filho perdido! Tragam as roupas, as sandálias e o anel! Meu filho voltou! Matem o melhor novilho! Chamem os vizinhos! Comamos! Bebamos! Regozijemo-nos!”. Graça de pai...

O filho mais velho vem chegando da labuta. Ouve a musica, vê as danças e se aproxima – “O que está acontecendo? Que festa é essa?” – corre ao pai e, sem acreditar no que vê, dispara contra o velho, mas alegre coração:

“Não posso acreditar papai! Estou sempre com o senhor, e nunca se alegrou tanto por mim! Mas a este desprezador, que gastou o fruto do seu penoso trabalho, dá-lhe esta grandiosa festa?”.

“Meu filho... Tudo o que vês é teu. Sempre estiveste vivo aqui comigo. Nunca lhe neguei nada. Mas teu irmão estava morto, e reviveu, estava perdido e foi achado”. Sabedoria de pai...

Depois de longa conversa, entram os dois festa adentro. Família reunida outra vez. Simplesmente, pai...

Uma homenagem do Ecclesia a todos os pais de plantão. Feliz dia dos pais!

Que Deus os abençoe ricamente!

Marcelo Batista Dias
Pai...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Graça Comum: Deus é o maestro que criou e que rege toda a sinfonia da criação!


Bem sabemos que depois da queda, o homem foi dominado pelo pecado(Rm 3.23), tornando-se escravo de suas próprias paixões e morto espiritualmente, sendo esta a doutrina já discutida aqui em outro texto, a Depravação Total. No entanto, tal perspectiva nos deixa diante de um sério dilema: em meio à tamanha corrupção espiritual, como pode haver uma sociedade ordenada com princípios éticos, e relações de afeto? Como as estruturas da sociedade não foram devoradas pelo desejo insano do coração dos homens? A resposta dada pelo Calvinismo é só uma: a graça comum de Deus.

Essa questão me foi esclarecida durante a leitura do excelente livro Calvinismo de Abraham Kuyper, teólogo holandês do século passado, onde ele afirma que assim como o homem domestica os animais, e prende ou controla seres selvagens, assim também Deus limita a maldade dos homens, extraindo até mesmo o bem do mal, para que se preserve a criação, entendido neste conceito não somente as coisas naturais, mas também toda a criação intelectual que também vem Dele.

É tal pensamento que nos explica a retidão moral de alguns incrédulos, que apesar de caídos espiritualmente, tem uma conduta séria e comprometida com suas causas, ao ponto de causar admiração. Isto nada mais é do reflexo da graça comum de Deus, que é a interferência mínima Dele para garantir que o mundo não seja destruído pelos corações pecaminosos dos homens. Esta graça é diferente da especial, sendo esta a que conduz a salvação por colocar a fé no caminho do escolhido.

A graça comum é um conceito rico e que nos dá amplas possibilidades de contemplação por caminhos muitas vezes negligenciados por separações equivocadas que foram construídas com base em premissas erradas, como a separação do sagrado e do profano. Neste mesmo livro, Kuyper prega que a cosmovisão calvinista, que nada mais é que a exposição clara e fiel das Santas Escrituras, deve permear todas as esferas do conhecimento humano, e restringir este pensamento ao ciclo religioso, como temos feito, acaba o isolando e entregando as ciências, a política e as artes nas mãos das vãs filosofias, deixando de lado uma ótima oportunidade de glorificar a Deus através destas áreas da convivência humana.

Paulo afirma em colossenses que: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. E ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste.” [1] Assim, é uma posição falha o isolacionismo do pensamento cristão que deve abranger com completude o ser humano, já que tudo foi feito por Deus e tem como fim Cristo. Muda-se o paradigma: não me afasto do mundo, mas somente daquilo que é pecaminoso nele..

Mas, dentro do campo vasto onde podemos notar o agir de Deus em lugares onde dogmas infundados nos impediam de ver, gostaria de limitar a análise e me deter na questão da arte, citando o também holandês Hans Rookmaaker, e sua defesa de que a arte não precisa de justificativa: Assim, a arte deve abrir os olhos das pessoas, ou servir como decoração, ou louvor, ou ter uma função social, ou expressar uma filosofia em particular. A arte não precisa de desculpas. Ela possui seu próprio significado que não precisa ser explicado, assim como o casamento ou o próprio ser humano, ou a existência de um pássaro ou flor ou montanha ou mar ou estrela. Todos eles detêm um significado porque Deus os criou. Seu significado é que foram criados por Deus e são por Ele sustentados. Assim, a arte tem sentido como arte porque Deus considerou bom dar arte e beleza à humanidade. [2]

Esta conclusão é bela e instigante: a graça comum de Deus nos agraciou, em meio a tanta corrupção, com a beleza da arte. Ao visitar o museu da língua portuguesa em São Paulo, não pude ter outra afirmação em mente se não esta, e vi verdades eternas em muitas obras de homens que não a conheciam, e esta é a beleza do agir de Deus como maestro na criação, se revelando até mesmo através daqueles que não o conhecem. Este texto é na verdade uma introdução a uma série que pretendo fazer nos próximos meses, analisando sob a ótica da graça comum concepções em canções e poesias sobre a criação, a morte, o amor, o sentido da vida e etc. Além de introduzir, este artigo também nos dará o aporte teórico para esta viagem. Aguardo sugestões para incrementar este trabalho, com indicações de até mesmos outras manifestações artísticas como artes plátiscas e cinema, assim como temáticas para serem tratadas. Termino com um nítido exemplo de verdade de Deus que brota fora dos celeiros eclesiásticos:

Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade.Cara nos é a pátria, a liberdade mais cara; mas a verdade mais cara que tudo. Patria cara, carior-Libertas, Veritas carissima. Damos a vida pela pátria. Deixamos a pátria pela liberdade. Mas pátria e liberdade renunciamos pela verdade. Porque este é o mais santo de todos os amores. Os outros são da terra e do tempo. Este vem do céu, e vai à eternidade. (Rui Barbosa) [3]

Jesus Cristo é a verdade!

Deus vos abençoe!

Rodrigo Ribeiro

@rodrigolgd

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Fonte: UMP da Quarta

sábado, 6 de agosto de 2011

Onde está você?


“E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?” Gn 3:9

A queda de fato desestabilizou todas as coisas. Toda ordem se desfez no momento em que Adão e sua esposa deliberadamente desobedeceram a Deus. O pecado entrou no mundo e todo o cosmos se desestruturou: “maldita é a terra por tua causa” (3:17).

Contudo, a primeira reação de Deus não foi condenar a Terra, mas procurar o homem. Deus sabia que Adão estava fisicamente no Jardim. Mas apesar de estar fisicamente ali, espiritualmente, o homem estava absurdamente longe de Deus. O “onde” se refere a posição de Adão em relação a Deus. Antes ele estava no convívio perfeito. Na ligação perfeita. Na vida perfeita. Agora ele estava morto. O rompimento foi tão forte, que a realidade espiritual do homem a partir de então, conforme a palavra de Deus, era de morte.

Assim, a questão não era tanto a localização de Adão, mas sua condição. Seu ser, sua essência, sua semelhança com o Criador, se haviam perdido em sua desobediência. A própria resposta de Adão revela isso: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (3.10).

Em outras palavras: “Ouvi a tua voz no jardim, e ela já não me era mais amigável. Ouvi tua voz e ela já não me dava alívio. Ouvi a tua voz e ela já não mais fazia meu coração romper de alegria. Olhei para mim e vi que já era o mesmo. Percebi o quão terrível é a minha nudez. Já não sinto mais o desejo de correr em Tua direção para longamente conversarmos. Estou com muito medo...”

Ainda hoje, as coisas seguem a mesma ordem. Primeiro o indivíduo se afasta de Deus, depois todas as coisas ao seu redor começam a ruir. Tudo fica mais difícil. Não me refiro à vida financeira propriamente dita, apesar de esta também poder ser abalada. Nem sempre o afastar-se de Deus, é acompanhado de derrocada financeira. Alguns amigos que se afastaram do evangelho já me revelaram que sua condição financeira até melhorou um pouco. Algumas vezes o contrário é verdadeiro. A gente se aproxima de Deus, e o bolso parece que furou. É bom pra gente aprender a depender mais de Deus.

Mas eu me refiro a muito mais que dinheiro. Refiro-me a todo o sabor que as coisas da vida têm. Tudo se torna mais amargo. Mais doloroso. Conquistar o pão de cada dia se torna uma tarefa maçante, pesada, cheia de desprazer. O chefe é um carrasco. A empresa é uma porcaria. A profissão não é prazerosa.

Até mesmo na hora do usufruto das conquistas. Gastar o fruto do trabalho pode proporcionar leve prazer, mas não preenche as aspirações do coração. Além disso, as coisas que antes causavam náusea, agora se tornam mais atrativas. O pecado ganha sabor. Ainda que seja como comer um pedaço de isopor temperado.

Tudo isso ocorre por quê? Porque o prazer de uma vida enlaçada à vida de Deus, se tornou obsoleto, diante da oportunidade de uma vida “livre”. Porque o “conhecimento do bem e do mal” se tornou mais atrativo que o relacionamento com o Bem em pessoa. Assim troca-se a oportunidade de ser, pelo engano de ter. A promessa da Vida, pela certeza da morte.

Diante disso eu pergunto: Onde está você? Também não quero saber localização, mas a sua condição diante de Deus. Não importa tanto se fisicamente você tem estado na igreja, mas onde está seu ser, sua vontade, seu desejo, seu coração, sua mente, dentro e fora dela.

Lembre-se que tudo o mais na sua vida, dependerá de onde você está. Dependerá da sua relação com seu Criador, e Redentor. Todo o sabor da vida. Todo o prazer de existir. Todo o gozo de ser. Tudo isso e todo o resto dependem totalmente da resposta que você dará a esta pergunta: onde está você?

Marcelo Batista Dias

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Manifesto Cristão


A maior parte do cristianismo evangélico hoje é fundamentado em clichês. A maior parte do nosso cristianismo vem de músicos que se dizem cristãos, e não da bíblia. A maior parte do que os evangélicos acreditam é ditado pela cultura secular e não pela escritura.
Poucos são os que encontram a porta estreita. Consequentemente, as ideias mais populares possivelmente não são os conceitos mais próximos da verdade bíblica. Nos dias de hoje, desconfie de qualquer “Best-seller”. Desconfie de qualquer um que for sucesso ou um furacão de vendas, simplesmente porque a genuína verdade cristã jamais foi e nunca será “digerida” pelas massas. A maior prova disso, é que mataram o seu autor. Se caiu no gosto da maioria é falso. Lembre-se, Jesus se referiu aos seus verdadeiros seguidores como “pequenino rebanho”.
A apostasia que a Bíblia nos advertiu que seria evidente nos últimos dias já está em pleno andamento. Somente aqueles que se mantiverem firmes a Palavra de Deus serão protegidos e salvos. Este remanescente de crentes fiéis será visto como pessoas antiquadas e de mentalidade fechada.
A natureza da salvação de Cristo é deploravelmente deturpada pelo evangelista moderno. Eles anunciam um Salvador do inferno ao invés de um Salvador do pecado. E é por isso que muitos são fatalmente enganados, pois há multidões que desejam escapar do Lago de fogo, mas que não têm nenhum desejo de ficarem livres de sua pecaminosidade e mundanismo. Sem santificação ninguém verá o Senhor.
Os Evangélicos modernos procuram encher suas igrejas de analfabetos bíblicos, convencendo-os que eles irão para o céu, simplesmente porque levantaram a mão e fizeram uma oração, como sinal de aceitação de Jesus como Salvador, e que Ele vai lhes dar o sucesso familiar, social e financeiro, se tiverem um nível de moralidade considerável e forem dizimistas fiéis; o que se constitui propaganda enganosa.
Muitos dizem não ter vergonha do evangelho, mas são uma vergonha para ele. A primeira geração de cristãos pós-modernos já está aí. São crentes que pouco ou nada sabem da Palavra de Deus e demonstram pouco ou nenhum interesse em conhecê-la. Cultivam uma espiritualidade egocêntrica, com nenhuma consciência missionária. Consideram tudo no mundo muito “normal” e não veem nenhuma relevância na cruz de Cristo. Acham que a radicalidade da fé bíblica é uma forma de fanatismo religioso impróprio e não demonstram nenhuma preocupação em lutar pelo que creem.
Você sabia que 80 á 90% das pessoas que “aceitam a Cristo” em trabalhos evangelísticos se “desviam” depois? O motivo de tudo isso tem sido esse evangelho centrado no homem que é pregado nos púlpitos, nas TVs e nas casas, onde o bem-estar e a prosperidade tem se tornado “mais valiosos” que o próprio sangue de Cristo. A graça já não basta mais (apesar dos louvores e acharmos Cristo tão meigo). O que nós realmente queremos é “o segredo” para sermos bem-sucedidos. Desejamos “uma vida com propósitos” para taparmos com peneira o vazio que sentimos. O Vazio de um espírito morto que somente Deus pode ressuscitar. Queremos “o melhor de Deus para nós” nesta vida, no lugar de tomarmos a nossa cruz e de negarmos a nós mesmos. Queremos conhecer “as leis da prosperidade” mais do que o Espírito de Santidade; e, para nos justificarmos, tentamos ser pessoas auto-motivadas e de alta performance, antes de sermos cristãos cuja alegria está em primeiro lugar Nele; e santos bem aceitos pelo mundo a despeito das Palavras de Jesus contrariar esse posicionamento.
A falha do evangelismo atual reside na sua abordagem humanista. Esse evangelho é francamente fascinado com o grande, barulhento, e agressivo mundo com seus grandes nomes, o seu culto a celebridade, a sua riqueza e sua pompa berrante. Para os milhões de pessoas que estão sempre, ano após ano, desejando a glória mundana, mas nunca conseguiram atingi-la, o moderno evangelho oferece rápido e fácil atalho para o desejo de seus corações. Paz de espírito, felicidade, prosperidade, aceitação social, publicidade, sucesso nos negócios, tudo isso na terra e finalmente, o céu. Se Jesus tivesse pregado a mesma mensagem que os ministros de hoje pregam, ele nunca teria sido crucificado.
Hoje temos o espantoso espetáculo de milhões a ser derramado na tarefa de proporcionar irreligioso entretenimento terreno aos chamados filhos do céu. Entretenimento religioso é, em muitos lugares rápido meio de se esvaziar as sérias coisas de Deus. Muitas igrejas nestes dias tornaram-se pouco mais do que pobres teatros de quinta categoria onde se "produz" e mercadeja falsos “espetáculos” com a plena aprovação dos líderes evangélicos, que podem até mesmo citar um texto sagrado fora de contexto em defesa de suas delinquências. E dificilmente um homem se atreve a levantar a voz contra isso.
A maioria dos crentes não acredita que a Bíblia diz o que está escrito: acreditam que ela diz o que eles querem ouvir. Contornar a Palavra de Deus e chamar os nossos desejos de direção divina, só leva à multiplicação do pecado. Há muitos vagabundos religiosos no mundo que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal e muitas vezes coletiva. Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em você mesmo.
Ai de vocês que pregam seu falso evangelho, transformam a casa de Deus em comércio. Vendem seus CDs, vendem seus falsos milagres, vendem suas falsas unções, vendem falsas promessas de prosperidade, enquanto na verdade só vocês têm prosperado. Como escaparão do juízo que há de vir?


"Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?" Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido." Joã 6:60;66-65

- Conteúdo adaptado a partir de algumas ideias e textos de diversos autores Cristãos.

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Aprovado e subscrito pelo Eclesia.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Culto na sua igreja é bom?


“O Senhor Jesus Cristo nos ensina que devemos adorar a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24). No contexto em que o Senhor Jesus proferiu estas palavras, que é o encontro com a mulher samaritana e a discussão sobre o local da adoração a Deus, adorá-lo em espírito significa não adorá-lo em um único local sagrado e exclusivo, como era o templo de Jerusalém, mas em qualquer lugar, desde que a atitude esteja certa. O que importa não é ‘onde’, mas ‘como’”.

Este trecho foi extraído da Carta Pastoral e Teológica sobre liturgia na IPB, produzida no ultimo Supremo Concilio da igreja e distribuído às igrejas locais este ano. Ele nos induz a uma reflexão pessoal sobre o culto que temos oferecido a Deus.

Não é difícil notar que a cultura materialista e imediatista de nossos dias tem interferido significativamente na nossa concepção de culto e vida religiosa. Entramos em um circulo vicioso de trabalho e busca de crescimento pessoal, que a vida religiosa se tornou apenas isso – religiosidade ensimesmada, sem sentido e meritória. Senão vejamos:

Muitos de nós só vai à igreja para cumprir um compromisso formal, ao qual se acostumou ao longo dos anos. Este estilo de religião existe apenas para atender a si mesma. Apenas cumpre com seus costumes e normas. Não há vida. Não há entendimento. Só um mecanismo de retroalimentação onde nem mesmo o individuo religioso cresce, ele apenas incha.

Muitos de nós procuramos a igreja mais intensamente apenas quando necessitamos de oração por determinada situação que estamos vivendo. É uma cultura experiencialista. Cada busca é motivada por um desejo experimental específico como uma casa, um carro, um emprego, um marido ou esposa, etc. A cada desejo conquistado, busca-se outro desejo para substituí-lo a fim de continuar produzindo motivação ao “culto”. Isso é um circulo vicioso. Uma vida em voltas, sem rumo, sem objetivo, sem sentido algum.

E por fim a grande maioria de nós confia que seremos salvos apenas porque estamos em uma igreja. Ainda que neguemos isso, essa é a realidade. Esperamos que Deus nos veja e se lembre de quanto ajudamos nos louvor da igreja, de quanto nos afadigamos nos trabalhos das sociedades internas, ou mesmo de nossos relatórios de final de ano e se compadeça de nós deixando-nos entrar no seu Céu. Isso é religião meritória e não é fruto de fé e graça.

O culto que Deus requer de nós é muito mais que uma mera expressão externa de formalismo religioso. É muito mais que um simples vir, comparecer à igreja e assistir a um culto. Aliás esta é uma expressão que me dói aos ouvidos. Não existe a idéia de “assistir um culto”. Culto é prestado, é oferecido e isso em um exercício, trabalho, serviço pessoal de adoração a Deus. É sacrifício “vivo, santo e agradável a Deus (...) culto racional” (Rm 12.1,2).

Culto é uma expressão interna de uma vida realmente mudada que se prostra com alegria e temor, compreendendo sua real condição de miserável pecador e dependente exclusivamente da Graça do Senhor.

E aí? Continua achando que o culto na sua igreja é bom? Se é, pra quem?

Pense nisso!

Marcelo Batista Dias

E depois do batismo no ônibus....

Quem desejar mais informações pode acessar o Genizah, de onde eu garimpei esta "pérola". O artigo do Danilo dispensa acréscimos.

Metro de Gizuz from Genizah on Vimeo.

De heroína a Jesus.



Estava ouvindo uma música "lado b" da legião urbana chamada "L'age d'or" e o Renato Russo canta uma frase maravilhosa! Ela diz assim: "Já tentei muitas coisas, de heroína a Jesus, tudo que já fiz foi por vaidade".

O que isso quer dizer? Primeiro que não existe diferença entre você se tornar dependente químico ou crente se for pra dar satisfação pra alguém, se for por vaidade. Segundo que ambos feitos com essa motivação só possuem um efeito, alienar as pessoas.

Enquanto estivermos andando com Deus pelo status que Ele pode me dar, pelas bençãos que Ele pode me fornecer, pelo fato de que nos dias de hoje é bom ter uma religião, emitimos um atestado de vaidoso ao nosso ser e investimos tempo em um jesus errado, e quem segue um jesus errado pode desembarcar no céu errado.

A vida não tem graça se eu for um eterno vaidoso. ela só passa a valer alguma coisa quando me reconheço como mero pecador, que foi aceito pela graça de Deus e não por algum merecimento. Os vaidosos vivem se auto elogiando, pra mim, o auto elogio fede. Que nosso ego seja suplantado pelo imensurável amor de Deus que nos convence do pecado, da justiça e do juízo.

E no mais, tudo na mais santa paz!

domingo, 26 de junho de 2011

PRECISAMOS DA MARCHA PARA JESUS


Aviso: Se vc não conhece ironia não leia o texto. Se vc é evangélico também não leia.

Ontem, 25/06 aconteceu a Marcha para Jesus aqui, em Ipatinga, MG. Depois de ter lido sobre a Marcha em São Paulo e outros lugares, de ver a reportagem que a Globo dedicou ao assunto, e de ler a Bíblia (especialmente 1Co 5), descobri que precisamos Marchar para Jesus.

Precisamos da Marcha para Jesus porque não temos outro meio de esconder nossos pecados. O mundo já percebeu. O mundo já conhece nossa depravação. Já nos viu lavando dinheiro em nossas “emprejas”. Já nos viu traficar armas. Já nos viu receber propina e orar por ela. Já nos viu entrar com dólares não declarados em países estrangeiros. Já nos viu vender Bíblias por R$ 900,00. Já nos viu pedir o aluguel dos outros de oferta e “passo de fé”. Já nos viu sendo presos por porte de armas. Já nos viu dividindo igrejas. Já nos viu cair em adultério. Já nos viu extorquir dinheiro de (in)fiéis desavisados. Já nos viu cobrando cachês altíssimos e voar em jatos particulares pra “pregar” a palavra de Deus. E muitas outras coisas.

Como vamos encobrir todas elas? Como vamos fazer com que nos vejam orar se não for em reportagem exibida em horário nobre? Como vão falar de nossa “alegria” e fé se não nos verem saltitando feito macacos de circo pelas ruas das cidades? Como vão ouvir falar de Jesus se não for nos microfones dos trios elétricos de nossa Marcha? Como vão conhecer o poder de Jesus se não nos virem colocar pedidos de oração nas nossas solas de sapato ungidas? Como vamos mudar a imagem destorcida que tem de nós? Como vamos fazer com que acreditem em nossos pastores novamente, se não os verem unidos num trio elétrico? Como vão se render nesta batalha se não marcharmos vigorosamente sobre o inimigo? Como vamos conseguir sem as lentes das câmeras? Como? Como? Como?

É... precisamos mesmo da Marcha para Jesus. Já que não sabemos mais como viver em Jesus.

Marcelo Batista Dias

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Tempora, O Mores: Estamos Experimentando um Avivamento no Brasil?

O Tempora, O Mores: Estamos Experimentando um Avivamento no Brasil?: "O termo “avivamento” tem sido usado para designar momentos específicos na história da Igreja em que Deus visitou seu povo de maneira especi..."

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Chamados para fora



Mt 11.28-30

Você está satisfeito com a vida que tem levado? Gosta do que Deus tem feito por você?

Se sente confortável no seu banco? Acha que Cristo está cumprindo essa promessa direitinho e te dando uma vida de alívio e conforto?

Se você acha que sim, você tem um problema. Mas se você acha que não, você também tem um problema. O problema para essas duas formas de pensamento é que elas demonstram falta de compreensão do real significado do chamado ou da vocação cristã.

O chamado de Cristo é um chamado para fora:

1. Para fora do nosso eu;

Cristo havia acabado de dizer (v. 27) que a obra de reconciliação com o Pai havia sido entregue a ele.

Somente ele pode apresentar o Pai, pois só ele conhece o Pai. Este conhecimento é um conhecimento provindo de intimidade. Só Cristo tem o verdadeiro e intimo conhecimento do Pai.

Assim, aquele que quiser ter um encontro e um relacionamento íntimo com o Pai, deve fugir da prática religiosa dos fariseus e ir até ele.

Cristo chama a todos para um relacionamento próximo e intimo com ele.

O chamado de Cristo é para si mesmo. Ele convida seus ouvintes a se aproximarem dele.

Fomos chamados primariamente para um relacionamento íntimo e pessoal com Cristo.

É um chamado para o contato, para o relacionamento, para a intimidade com Cristo, para Cristo.

Não é um chamado para buscar um remédio em Cristo, mas para o próprio Cristo.

É um chamado para fora de nós.

É um chamado para esquecermos nosso eu.

É um chamado para centralidade em Cristo.

Como Paulo, somos chamados para deixarmos de viver em nós.

É um chamado para que vivamos em Cristo e ele viva em nós.

2. Para fora do nosso status quo;

Status quo significa literalmente “estado atual”.

O que Cristo está propondo a seus ouvintes é que deixassem a vida religiosa que viviam, e que os sobrecarregavam e assumisse uma vida debaixo de seu jugo e de seu fardo.

Interessante neste texto é que Cristo oferece descanso e alivio oferecendo jugo, fardo.

Cristo não propõe a retirada de fardos, mas uma troca de fardos – nossos fardos pelos seus fardos.

Nossos sofrimentos pelos seus sofrimentos.

Nossas vontades por sua vontade.

Nosso autoconhecimento pelo conhecimento dele.

Nossa vida, pela vida dele.

Levando em consideração que nosso status quo é uma interpretação errônea do chamado de Cristo, ele está nos chamando para uma mudança.

É a mudança de um estado atual de sofrimento religioso por outro estado de sofrimento cristão. Com a diferença que o sofrimento por Cristo é compensador enquanto que o sofrimento religioso é destruidor.

Cristo esta nos chamando para fora da zona de conforto, para fora da cidade, para fora da religiosidade morta dos fariseus, para fora do tradicionalismo.

E é nessa atitude de entrega total e total submissão a Cristo que encontramos conforto.

Não encontramos conforto vivendo para nós mesmos e empurrando Cristo com a barriga. Deixando Cristo para a sobra de tempo mixuruca que temos depois de correr atrás de nossos anseios e desejos. Como a religiosidade faz conosco.

Encontramos paz, consolo e conforto deixando nossos fardos, nossos sonhos, nossos desejos e vontades aos pés de Cristo enquanto tomamos o seu fardo, seu jugo, sua cruz e nos expomos a sofrer com ele e por ele.

Conclusão:

É na gloria de Cristo que somos glorificados.

É agradando a Cristo que somos agradados.

É satisfazendo a Cristo que somos satisfeitos.

É carregando o fardo de Cristo que somos aliviados.

Nosso prazer está na glória de Deus.

Por isso irmãos.

Vamos para fora.

Vamos até Cristo.

Saiamos de nós mesmos.

Deixemos a nós mesmos.

Assumamos a vida de Cristo com tudo que ela representa.

Marcelo Batista Dias

domingo, 12 de junho de 2011

CUIDADO COM A IGREJA!!!!


Quando ela tem uma boa imagem, mas não tem conteúdo;

Quando tem uma bela história, mas se entrega às fábulas;

Quando está cheia de sinais, que só confirma um Cristianismo de consumo;

Quando está cheia de poder e vazia de correção moral;

Quando está cheia de regras e ausente de virtudes;

Quando está cheia de revelação, mas pouco conhecimento de Deus;

Quando está cheia de atividades, mas pouca meditação;

Quando está cheia de cultos, mas em adoração a si mesma;

Quando se lembra de todas as promessas, mas não se põe a servir;

Quando recebe muitas bênçãos agora, mas não tem esperança;

Quando evangeliza muito e pratica pouco;

Quando tem muito dinheiro, mas pouco apreço às pessoas.;

Quando tem muita verdade, mas não sabe amar.

Transcrito Boletim Semanal IPCI Ano 17 nº 678, Domingo, 12 de junho de 2011.

sábado, 9 de abril de 2011

O problema da religiosidade cristã




Um dos grandes problemas de nossos dias é a religiosidade cristã. Ao contrário da verdadeira vida cristã, a religiosidade é uma erva daninha. Uma praga que cresce cada vez mais na seara cristã. E como não podia deixar de ser, causa males terríveis.

É o caso da religiosidade fundamentalista. Como esta que levou o jovem Wellington Menezes de Oliveira a tirar a vida de 12 crianças e deixar mais de 10 feridos em Realengo no Rio de Janeiro nesta ultima quinta-feira. O fundamentalista religioso é essencialmente farisaico. “É capaz de nutrir ódio, preconceito e discriminação contra grupos que professem religião ou ideologia diferentes da sua, ou que pertençam a outra etnia” (Hermes Fernandes). Geralmente se consideram uma raça superior taxando os que não se adéquam às suas práticas como impuros e malditos. São capazes de matar e morrer por seus ideais.

Igualmente perniciosa é a religiosidade mórbida. Essa ao contrário da fundamentalista é apática. O religioso mórbido é alguém alheio ao mundo ao seu redor. Não se importa com as demais pessoas, mas apenas consigo mesmo. Não está interessado em compromisso verdadeiro. Apenas cumpre sua obrigação religiosa e nada mais. Não se expõe por seus ideais por uma razão simples – não possui ideais. Sua vida é um ciclo religioso-vicioso sem sentido.

Em contrapartida está verdadeira vida cristã. O verdadeiro cristão é altamente moderado. Ele é altruísta, pois se importa mais com os outros do que consigo mesmo. É gracioso, pois entende que é um pecador como todos os demais, mas que foi alcançado pela graça de Deus em Cristo. Ele possui ideais fortes. É capaz de morrer por eles, mas não de matar. Anseia ardentemente o retorno de Cristo. Vive somente para a glória de Deus, nunca para si mesmo.

Por isso queridos irmãos, estejamos atentos às nossas próprias vidas. Sejamos sinceros diante de Deus e vejamos se não estamos sendo religiosos demais e cristãos de menos. A religiosidade cristã pode nos destruir. A verdadeira vida cristã nos enleva ao céu.

Que Deus nos ajude.

Marcelo Batista Dias

sexta-feira, 8 de abril de 2011

“Pra não dizer que não falei das flores”



A música de Geraldo Vandré, que leva o titulo acima, inspirou multidões. Todos revoltados pela opressão de um governo ditador. Gente ansiosa pela liberdade. Gente desejosa por um país mais justo, onde todos poderiam viver livres para se expressar em todos os sentidos. O povo brasileiro ansiou pela liberdade. Lutou pela liberdade. Muitos deram sua vida para ter um país livre da opressão. E onde isso nos levou? Onde estamos?
Estamos num país sem fronteiras. Não há limites. Não há respeito. "Terra de ninguém", como cantava certa banda nos anos 90.
Uns matam por que não são bem aceitos. Somos obrigados a engolir todo tipo de atitude. Somos forçados à tolerância. E quando não concordamos com aquilo que sabemos experiencialmente que corrompe e apodrece nossa qualidade de vida como seres humanos, nos matam por isso.
Outros matam porque não querem aceitar. Dizemos que somos tolerantes. Dizemos que respeitamos todos os tipos de pensamento. Mas se alguma coisa ameaça nossa boa vida, matamos! 
Não queremos nos aceitar. Não queremos aqueles que nos impõe limites. Não queremos aqueles que, por exemplo, se levantam para a apontar a corrupção nossa de cada dia. Não queremos verdade absoluta, a menos que seja a nossa verdade absoluta. Por isso matamos. Às fazemos isso com armas de fogo. Outras vezes usamos palavras. Na maioria delas, o silêncio.
De fato, Geraldo Vandré tinha razão: “Nas escolas, nas ruas, campos, construções; Somos todos soldados, armados ou não...”.
As únicas flores mencionadas neste artigo são aquelas que estão sendo postas sobre os túmulos das inúmeras vítimas da violência nacional. Violência marginal, policial e política.
Flores estas que murcharão em breve. Assim como a memória destes fatos se esvairá da cabeça da maioria de nós, que continuaremos nossos assassinatos, armados, ou não...
Se há alguma perspectiva de mudança? Sim eu creio que haja.
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).
A liberdade que tanto almejamos não está na aceitação das diferenças pura, simples e indiscriminadamente. Não está na libertinagem cultural e moral que se instala pouco a pouco.
A liberdade que almejamos está na Verdade. Verdade que não é um conceito abstrato, mas uma Pessoa. Que além de Verdade é Caminho e Vida. Jesus. O único que pode nos dar a verdadeira liberdade. 
O brado da verdadeira liberdade foi dado na cruz e não no Ipiranga.
"Está consumado!"

Marcelo Batista Dias
(Reeditado em 07/09/2013)

terça-feira, 15 de março de 2011

Missionário é vítima de maus tratos no município de Carauari/AM

Família de pastor diz que ele passou a ter problemas mentais após viver em

condições sub-humanas na prisão

Manaus, 14 de Março de 2011

RENATA MAGNENTI

    Segundo familiares do pastor, que acionaram a OAB-AM, ele foi obrigado a fazer necessidades fisiológicas algemado

    Segundo familiares do pastor, que acionaram a OAB-AM, ele foi obrigado a fazer necessidades fisiológicas algemado (Reprodução)

    Condenado por crime de tortura, em maio de 2010, o pastor Jeremias Albuquerque Rocha, preso há dez meses no Município de Carauari, está sendo vítima de maus tratos e vivendo em condições subumanas na cadeia e no hospital daquela cidade a 702 quilômetros de Manaus. Segundo o pai de Jeremias, Raimundo Roberto Rocha, até abril de 2010 seu filho era uma pessoa saudável e ativa como missionário no interior do Estado.

    “Quando olho pra essa situação vejo que o Jeremias foi vítima de vingança”, diz. Ele explicou que tudo começou no início de 2010, quando sua filha foi a um posto de saúde em Carauari e quase foi abusada sexualmente por um agente de saúde.

    “Inconformado, Jeremias foi à delegacia e denunciou o agente, que é irmão de uma conselheira tutelar. Essa mulher, provavelmente, ficou irritada e revidou na mesma moeda com o meu filho”.

    Roberto disse que depois do episódio, Jeremias bateu em suas filhas, gêmeas de oito anos, devido o mau comportamento das meninas em sala de aula.

    “Eu não sei como essa conselheira tutelar ficou sabendo disso e denunciou meu filho à polícia. Ele foi preso por repreender as filhas e agora vive como um doente mental à base de calmantes”, diz, negando que as gêmeas foram torturadas. A família de Jeremias denunciou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM).

    “Estive em Carauari no dia 3 deste mês e o estado é lastimável”, declarou o presidente da Comissão da OAB-AM, Epitácio Almeida. Ele informou que Jeremias tem marcas de algemas nos punhos e nos tornozelos e que o rapaz de 26 anos foi obrigado a fazer necessidades fisiológicas algemado.

    “Quando entrei no hospital onde está preso ele ficou muito agitado e perguntava se eu era do bem ou do mal, se eu tinha algemas, se ele iria ficar preso novamente”.

    Jeremias, diz Epitácio, ficou algemado durante cinco meses e, nesse período, começou a apresentar quadros graves de transtornos mentais. Epitácio Almeida teve acesso ao processo de Jeremias e concluiu que o pastor “precisa pagar pelo erro que cometeu, mas não há exame de corpo delito nos autos”.

    Presos estavam detidos ilegalmente
    Três médicos do Hospital Geral de Carauari assinaram um laudo onde informam que Jeremias apresenta distúrbio psiquiátrico grave com depressão profunda, transtorno bipolar e intento suicida, e que deveria ser transferido para o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em Manaus.

    Porém o juiz da cidade, Jânio Tutomu Takeda, que há 18 anos reside no município, não permitiu a transferência.

    “O detalhe é que chegando a Carauari fui verificar as condições dos demais presos e encontrei dois que estavam detidos ilegalmente”, relatou o presidente da Comissão de Direitos Humanos.

    Segundo Epitácio, não havia flagrante, nem mandado de prisão que justificasse a prisão dos dois homens. “Pedi que o juiz Takeda soltasse os dois presos e ele solicitou que eu fizesse dois habeas corpus, mas não havia necessidade. Quando disse que acionaria a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas o juiz ligou para o delegado de Carauari e pediu que soltassem os dois presos”.

    Epitácio entrará com representação contra o juiz Takeda junto a Corregedoria do Tribunal para que o caso seja analisado.

    “Independente do crime cometido, o magistrado tem que se sensibilizar com cada caso como ele se apresenta. O juiz foi informado da situação de saúde do Jeremias e não tomou nenhuma providência”.

    Presidente do TJAM estranha ocorrência
    O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, João Simões, disse estranhar que haja problemas do tipo em Carauari.

    “O juiz Takeda reside no interior há muitos anos e tem preferência por morar fora de Manaus. A denuncia é estranha, mas quando tomar conhecimento dos fatos pelo advogado Epitácio ou família vou tomar uma providência”.

    Fonte: acrítica

    Bíblia On Line