domingo, 30 de novembro de 2008

O Natal que precisamos recordar

Estamos chegando. As luzes piscando por toda a cidade, os Shoppings Centers belissimamente enfeitados, lojas cheias, décimo terceiro no bolso, tudo pronto para as festas, para as celebrações de Natal. Mas o que se comemora tão calorosamente no natal? Se for natal quem nasceu? Muitos ou talvez a maioria das pessoas nem sabem o que estão celebrando. Para alguns é o espírito do natal, este momento de alegria de reunir a família, um delicioso jantar. Para outros é mais uma excelente oportunidade de negócios. Ainda há alguns que pensam que este é o dia do Papai Noel. E há aqueles para os quais é somente mais um feriado para encher a cara a aproveitar ao máximo em festas repletas de orgias.

Ao mesmo tempo em que cômico é preocupante um caso verídico que um amigo compartilhou comigo a alguns dias. Ele estava em um shopping subindo pela escada rolante quando ouviu duas pessoas criticando as musicas de natal que estavam saindo pelos alto-falantes. Uma delas disse “Como é que pode, até no natal esse povo fica falando desse Jesus.” Isto retrata toda a discrepância que há entre o que o natal realmente representa e o que a maioria das pessoas pensa que é.

O livro de Isaías é o livro profético mais abundante em profecias a respeito do messias, do cristo, do salvador que haveria de vir ao mundo. Ele aponta não só para a vinda mas também para todo o ministério e vida deste que haveria de salvar o mundo dos seus pecados.

O nascimento de Jesus é o nascimento do messias redentor da humanidade e este grande evento possui 2 faces apresentadas nos textos lidos.

1º) O Nascimento do Rei dos Reis: 9.6

Este texto sucede uma serie de profecias contra Israel, o reino do norte e contra Judá, o reino do sul. E após uma palavra dura para Israel veio uma palavra de conforto no vrs. 1 apontado para o nascimento de um grande rei que mudaria a historia do povo. O nome deste rei está descrito no vrs. 6 e possui características de muito conforto:

a) Maravilhoso Conselheiro: Aquele que sempre está e sempre estará pronto para guiar o povo no caminho certo. Ele possui uma sabedoria ímpar e tem conselhos maravilhosos.
b) Deus Forte: Ele não é um simples homem, é o verdadeiro e poderoso Deus que tem domínio sobre tudo, que vence todos os inimigos e sempre sustentará seu povo.
c) Pai da Eternidade: O conceito original é de alguém que não um simples rei, ele é um pai que ama, cuida, zela e o melhor de tudo, sua paternidade é eterna não tem fim, ele nunca morrerá nem desamparará seu povo.
d) Príncipe da Paz: Seu governo será sempre repleto de paz, ele se empenhará por ela e a dará a seu povo, uma paz duradoura e real.

Que menino precioso! Que Rei grandioso! O nascimento de Cristo é o nascimento deste Grandioso Rei. Um Rei que supre todas as nossas necessidades. Quem não precisa de orientação segura; quem não quer ter alguém em quem realmente pode confiar; quem não quer ter um pai amoroso e que nunca vai morrer; quem não necessita de paz, paz verdadeira? Todos nós precisamos. Todos queremos.
Contudo ainda existe uma outra face deste maravilhoso evento. Jesus não nasceu por nascer ele nasceu com um objetivo e este objetivo precisa ser lembrado também neste dia.

2º) O Rei que Nasceu para Morrer.53.1-12

Isaias apresenta neste texto uma outra face do nascimento deste Rei. Ele não nasceu em uma família real. Ele nem nasceu em um lugar digno. Este Rei nasceu pobre, em um curral, deitado em cocho, uma tabua de colocar sal para bois.
Isaias mostra também que este Rei não nasceu para sentar num trono muito pelo contrario, o lugar mais alto que ele teve foi uma cruz no alto de um monte chamado Morro da Caveira, é isso que quer dizer Gólgota.
Ele não era belo, não tinha porte, não era como Saul, alto forte de boa aparência, não. Era como “raiz duma terra seca”. Nada nele atrairia atenção a não ser pelo horror do seu sofrimento. Era desprezado, humilhado e seu futuro era ser condenado como um ladrão. Que prazer há em um Rei assim.
Esta realidade não combina com nosso natal, cheio de pompa, de fartura, de luxo, de belas canções e de sorrisos muitas vezes falsos, que não duram 24 horas, passa o natal e continuamos os mesmos sem nenhuma mudança de atitude, nada que nos faça melhorar.

Todo o sofrimento deste Rei tem uma causa, eu e você. Foi por nós que Ele amargou tudo isto. Foi por nossa causa que Deus se agradou em moê-lo. Por nós ele morreu como um bandido e foi sepultado como rico.
Todo este sofrimento porem não foi em vão. Este penoso trabalho rendeu-lhe frutos. Nós somos fruto deste trabalho.

Conclusão:

Em que nossas festas se comparam a esta realidade? Será que sabemos mesmo o que estamos comemorando? Será que conseguimos expressar essas duas faces do natal em nossas vidas?

Precisamos entender que o sentido de celebrarmos esta data não é só o nascimento de Jesus, mas é também o motivo de seu nascimento: a nossa Salvação.
Grande Luz nos resplandeceu em meio às trevas. Vamos fazer jus ao que esta Luz fez por nós.
Deus nos Abençoe.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Fazendeiro, o Boi e os Herdeiros

Como é grande o descaso do chamado povo de Deus no relacionamento com o seu Deus. Fico impressionado como somos capazes de rejeitá-lo. Trocamos Deus por qualquer coisa, por qualquer momento e ainda exigimos dEle que nos faça tudo quanto desejamos. Deus não é nossa preferência. Nossa preferência é nossa própria pessoa. E nesta atitude nos rebelamos contra Deus e não buscamos conhecê-lo.

No capítulo 1.2 e 3, Isaías retrata isso em um desabafo do próprio Deus – o Fazendeiro.

Nós somos os herdeiros. Somos o pior tipo. Não queremos nada com o Fazendeiro. Tudo que queremos é o status que Ele pode nos conceder. Somos interesseiros, rebeldes e ingratos. Fomos engrandecidos pelo Fazendeiro que nos criou e nos elevou ao patamar de herdeiros. Quando éramos indigentes errantes por esta grande Fazenda, procurávamos fazer alguma coisa para merecer o favor do Fazendeiro. Mas este apenas por sua misericórdia e bondade, sabendo que nada poderíamos fazer, nos concedeu gratuitamente a honra de filhos, herdeiros junto com o Primogênito. No entanto nos levantamos contra Ele. Nosso erro? O descaso. Não queremos conhecer o Fazendeiro. Não precisamos mais dele, já temos posse de suas riquezas. Somos herdeiros! Não precisamos de nos relacionar com Ele. Somos independentes e auto-suficientes.

Diferente do boi que conhece o Fazendeiro. Ele não pode falar. Não pode nem se quer agradecer pelo cuidado deste. No entanto ele O conhece. Conhece por dependência. Sabe que sem o cuidado do Fazendeiro pode perecer. Sabe por instinto, que, diga-se de passagem, nossa racionalidade nos tirou, que não pode sustentar-se por si só. O Fazendeiro é quem determina a hora de ir pro pasto e é Ele quem diz se deve ou não permanecer lá. É também o Fazendeiro quem decide a hora de por ou tirar o jugo. A hora de trabalhar e a hora de descansar. Para o boi, a Fazendeiro é Soberano.
É interessante isso. Quando criança ia para roça passear. Na casa de um dos meus tios era notável o relacionamento com os animais. Cada boi ou vaca tinha o seu nome e cada um atendia por este quando chamado. É claro que o rebanho era pequeno, mas isso comprova que até mesmo o boi é capaz de reconhecer o seu possuidor.

Já nós os herdeiros não o fazemos. A voz do Fazendeiro nos incomoda. Não conseguimos mais ouvi-la diretamente. Por isso nos cercamos de ‘meninos de recado’ que pudessem transmitir as mensagens do Fazendeiro de modo agradável aos nossos ouvidos. Determinamo-lhe que apenas atenda nossas reivindicações sem questionar. Invertemos os papéis. Assumimos, ou pelo menos pensamos isso, que somos nós quem manda nesta grande Fazenda.

Contudo o Fazendeiro é mais poderoso. Ele está acima de nós e o fim de toda esta história é trágico para os herdeiros. No final o Fazendeiro sempre sobressai. Quer por reconhecimento dos herdeiros, quer pela submissão e serviço dos bois.

A conclusão é que de herdeiros passamos a menos que bois por nossa própria irracionalidade.

O Fazendeiro clama e continuará clamando para que nos arrependamos e deixemos nossa soberba irracional e como humildes servos nos prostremos ante seus pés.

Que o Fazendeiro tenha misericórdia de nós e preserve mais uma vez o toco, a santa semente.

Para honra e glória do Fazendeiro!!!
Marcelo Batista Dias

sábado, 22 de novembro de 2008

Uma Vida Boa ou Uma Vida Relevante?

Ser bem-sucedido não está ligado a viver uma vida boa,
mas em viver uma vida que seja relevante.

Texto:
Colossenses 1:13–2:1

Qual é a marca do verdadeiro sucesso? Mais do que apenas ter ou fazer coisas, sucesso pode ser definido como “viver uma vida relevante”. Quer dizer que uma vida bem-sucedida faz diferença nas vidas à sua volta, causando nelas um impacto positivo, e continua a beneficiar outros mesmo nas gerações seguintes. Desta maneira, para se ter sucesso não é preciso tornar-se uma celebridade, nem ser rico, mas há três coisas que a Bíblia diz que você deve estar pronto para fazer. Nos primeiros versos de Colossenses, Paulo discute estas três atitudes, e como elas fizeram dele a pessoa que ele era. Nestas atitudes vemos um mapa para se alcançar o sucesso. Se as aplicarmos ao nosso trabalho, ministério, casamento, filhos, sonhos, metas ou qualquer outra coisa, seremos bem-sucedidos.

1º Princípio: Para ser bem-sucedido, precisamos estar prontos para sofrer. V. 24

Quando Paulo faz referência a “o que resta das aflições de Cristo” (v. 24), ele não está dizendo que a morte de Cristo na cruz não foi o suficiente para nossa salvação. Ele está dizendo que todos os que querem viver uma vida piedosa irão sofrer (veja 1 Pedro 4:1); ao sofrermos, nos unimos a Cristo. Paulo está mencionando sua própria experiência de sofrer como Cristo no seu dia-a-dia.
O fato é, muitas pessoas acabam sucumbindo diante do preço de se ter uma vida bem-sucedida e relevante. Para isto, deve-se perseverar, enfrentar crítica, trabalhar duro. Devemos estar prontos para ir além do esperado de nós. Devemos estar prontos para sofrer.
[P] Leia novamente Colossenses 1:15–23. O que estes versos lhe dizem a respeito de Cristo? Enumere tantas características quantas puder. O que o fato de você saber estar coisas a respeito de Cristo o ajuda a encarar o sofrimento?

2º Princípio: Para ser bem-sucedido, precisamos estar prontos para servir. V. 26-28

Paulo foi, sem dúvida, o mais significante líder da igreja do 1º século. Mas ele liderava as pessoas através do serviço, doando sua vida a elas, enfrentando dificuldade por elas, e se sacrificando a seu favor. Ele dedicou sua vida a ensinar a Palavra de Deus, falando às pessoas acerca de Jesus, e mostrando-as como crescer como cristãos. Releia os versos 26-28. Paulo entendeu este importante princípio: sucesso não é uma vida de privilégios, mas uma vida de serviço.
Você só poderá viver uma vida de serviço se estiver comprometido em amar o próximo. Um cristão que ama as pessoas dedica sua vida a servi-las; e esta atitude a leva a uma caminhada bem-sucedida. Aquele que não ama as pessoas gasta sua vida usando os outros; e esta atitude a leva ao completo fracasso. Se você quer ser bem-sucedido, deve estar disposto a servir.
[P] De que maneiras somos chamados a servir da maneira de Paulo, no verso 28? Cite algumas formas práticas.

3º Princípio: Para ser bem-sucedido, precisamos estar prontos para lutar. V.29-2.1

A luta de Paulo era para conduzir as pessoas a um relacionamento transformador com Jesus, e ele havia riscado a palavra desistência de seu dicionário.
Sucesso não é fácil. Ele requer trabalho duro – uma vida inteira de compromisso. Quanto mais você é bem-sucedido no que faz, mas tem que lutar. A qualquer hora que vir alguém com uma firma, uma equipe, um ministério, um casamento bem-sucedido, pode ter certeza de que esta pessoa pagou o preço de lutar por aquilo. E, em nosso caso, vale a pena. Nosso alvo não é dinheiro, fama, prestígio ou poder. Nosso objetivo é viver uma vida relevante para o Reino de Deus, com um impacto que dura à eternidade.
[P] Paulo lutou até por aqueles que não o conheceram (2:1). De que maneira deveríamos também agir assim?

Conclusão:

Um vida bem-sucedida está ligada a isto. Não é viver uma tranqüila, mas uma vida relevante. É possível que você consiga passar pela vida sem ter que se esforçar tanto. Você pode se contentar com um trabalho, um casamento, com filhos e até mesmo com uma vida pessoal mediana (medíocre!), mas se quer experimentar o sucesso, deve estar preparado para muito mais. É preciso estar preparado para sofrer, para servir e para lutar. Este é o caminho para uma vida relevante.

Extraído e Resumido do manual de estudos do GCOI - Grupos de Crescimento da 8ª IPBH.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

E o evangelho foi pro espaço!

Você já reparou que a moda agora é o espaço. Como já aconteceu em várias outras ocasiões temos visto na mídia uma crescente propaganda sobre os famosos "et's". Outro dia vi em um jornal um cara que diz falar uma língua de extraterrestres. Era uma língua muito parecida com o que se ouve em várias igrejas por aí.

Mas o que me procupa mesmo é o aparecimento do "espaço evangélico". Vi na televisão o anúncio de um programa de Tv de um pregador muito famoso intitulado "Espaço Vida Vitoriosa". Está havendo uma grande inversão de valores aqui. Enquanto John Wesley afirmava "minha paróquia é o mundo", os "evangelicalistas" de nossos dias criam uma segregação ao preparar esses "espaços" feitos exclusivamente para os evangélicos como se apenas ali é que há vitória.

O "Ide" foi substituído pelo "vinde".

O mais terrível em relação ao tal espaço é que ele se dispõe a ser um espaço onde a vida é vitoriosa. É um lugar muito bonito. Um templo suntuoso, um púlpito enorme, cadeiras extremamente confortáveis. Tudo para que as pessoas se sintam "vitoriosas" naquele espaço. No entanto o ambiente bíblico de vitória é uma cruz. Foi na cruz que, segundo Paulo, Cristo triunfou sobre as potestades (Cl 2.13-15). Como disse um amigo em seu sermão no seminário, "foi no meio da morte que Cristo mostrou ser o autor da vida".

A cruz foi encravada em um espaço para que todos em todo tempo e espaço pudessem ter vitória. A verdadeira vitória transcende as eras e os lugares. A verdadeira vitória não está no conforto. O verdadeiro discipulado exige abnegação e carregar a cruz. A paz de Cristo não representa ausência de tribulação.

"Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos".
2 Timóteo 3:12.

Do jeito que as coisas vão é o evangelho genuíno que está "indo pro espaço". Sendo sufocado pelas expressões vitoriosas de líderes que não estão comprometidos com a cruz mas consigo mesmos.

O evangelho de Cristo que pode trazer a vedadeira vitória está disponivel em todo tempo e lugar, principalmente porque a "Boa Nova" de Deus é Onipresente e não se limita a conceder pseudo-bençãos em espaços gospel espalhados por aí.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

Nele, o Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim.
Marcelo Batista Dias.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O que você procura em sua vida???


"Cristão deitou a correr na direção que lhe havia sido indicada; mas a mulher e os filhos, ao verem-no fugir, seguiram atrás dele, suplicando que voltasse para casa. Cristão não lhes deu ouvidos, e, continuando a carreira com mais velocidade, gritava em altas vozes: “Vida, vida, vida eterna!” (Lucas 14:26). E, sem olhar para trás (Gên. 19:17; II Coríntios 4:18),continuou até ao meio da planície. Acudiram também os seus vizinhos (Jeremias 20:10).

Uns zombavam dele, outros ameaçavam-no, e outros ainda gritavam-lhe que voltasse. Entre estes últimos havia dois que estavam resolvidos a ir agarrá-lo e trazê-lo
à força para casa. Chamavam-se Obstinado e Flexível. Apesar da considerável distância a que se achava o fugitivo, os dois vizinhos, redobrando esforços,conseguiram alcançá-lo.

– Que pretendeis de mim? Perguntou-lhes Cristão.

– Queremos que voltes conosco.

– É impossível, respondeu Cristão. A cidade em que habitais, e onde eu também nasci, é a cidade da Destruição. Se lá morrerdes, sereis enterrados num lugar mais fundo do que o sepulcro, onde arde fogo e enxofre. Eia, pois, vizinhos, tomai bom ânimo e vinde comigo.

Obstinado – Que dizes? Havemos de deixar os nossos amigos e as nossas comodidades?

Cristão – Certamente, amigo: porque tudo isso nada é, em comparação com a mais diminuta parte do que eu procuro gozar (Romanos 8:18). Se me acompanhardes, gozareis de tudo isto juntamente comigo, porque no lugar para onde me dirijo há muito, e para todos (Lucas 15:17). Vinde, e tereis a prova.

Obstinado – Mas que coisas são essas que procuras, em troca das quais abandonas tudo o que há no mundo?

Cristão – Procuro uma herança incorruptível, que não pode contaminar-se nem murchar (IPedro 1:4), reservada com segurança no céu (Hebreus 11:16), para ser dada, no devido tempo, aos que a buscam diligentemente. Assim o declara o meu livro; lede, se quereis, e convencer-vos da verdade". (Trecho do cap. 2 de "O Peregrino" de John Bunnyan)

Repito a pergunta: O que você procura em sua vida????
Deus te abençoe.

domingo, 9 de novembro de 2008

"Sal Fora do Saleiro"

Em Mt 28.19 temos a comissão de Jesus aos discípulos. No grego a palavra ‘Ide’ é: “poreuomai: persistir na jornada iniciada, continuar a própria jornada; seguir alguém, isto é, tornar-se seu adepto; achar o caminho ou ordenar a própria vida. Expressa o movimento em geral, que dá proeminência (ênfase) ao comportamento”. (Fonte: Biblioteca Digital Libronix)

Alguns traduzem esta palavra como INDO, mas o correto, de acordo com o tempo verbal em que ela está escrita é “havendo indo”. Parece estranho, mas é que o Aoristo (tempo verbal da gramática Grega), não possui uma tradução no português. O conceito desse verbo não leva em consideração o tempo, seja passado, presente, ou futuro. Por isso esta colocação de Jesus transmite a idéia de que o cumprimento da missão começa no momento em que fomos chamados por Ele para a salvação. A partir daí não está ligado a um momento determinado da historia de nossas vidas. Iniciada a jornada cristã, devemos acertar nossa vida e manter uma ênfase ao nosso comportamento, constantemente. A missão deve fazer parte de nossas vidas como um todo. A evangelização não é só uma prática que se realiza em determinados momentos, é um estilo de vida. É algo que está intrínseco ao crente e não pode ser separado de sua natureza. Não há como viver sem pensar que, em todos os momentos da vida, somos evangelistas e discipuladores.

Vemos isto de forma clara na vida da Igreja Primitiva: Atos 2. 41-47(ênfase no v. 47 – a ação de Deus por intermédio do testemunho da igreja – “enquanto isso...”); 4.32-35; 5.13 e 14; 8.4; 9.31; 1 Ts 1.2-10; 1Ts 2.10-12; há ainda uma grande quantidade de outros textos que nos mostram que a pregação do evangelho não está restrita há momentos específicos. A Igreja Primitiva, não esperava as festas pagãs acontecerem para pregar o evangelho. Ela o fazia o tempo todo através da pregação da Palavra de Deus e de seu testemunho pessoal.

O que quero deixar bem claro é que a evangelização eficaz é fruto de uma vida verdadeiramente comprometida com Cristo. Se um homossexual se converte através de um folheto que lhe entregarmos, será que, ele encontrará testemunho verdadeiro em nosso meio? Será que ele ao menos vai ser recebido como gente? Será que estamos preparados para dar embasamento prático às verdades que nós conhecemos na teoria? Como vamos falar de Cristo se não o conhecemos verdadeiramente? É como disse Mahatma Gandhi: “Nós devemos ser a mudança que desejamos ver”.

Caio Fabio escreveu um livreto intitulado Sal fora do Saleiro. Entre outras coisas ele destaca que não há função para o sal enquanto está no saleiro. A menos que o lancemos sobre os alimentos, não há função para ele. Contudo, para que faça diferença, mesmo quando lançado para fora do saleiro, é preciso que o sal tenha se mantido íntegro. Ele não pode ter perdido suas características, do contrário seu lugar é o lixo. Assim, se queremos fazer diferença onde quer que seja, precisamos urgentemente avaliar nosso comprometimento com Deus. Se perdermos isto, a única coisa que vamos produzir é endurecimento ao coração das pessoas. Seremos como o sal que cai sobre a terra tornado-a totalmente estéril (Mt 5.13).

Que Deus nos abençoe e nos ajude!!!
Marcelo Batista Dias

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A CASA

Vivi por muito tempo sem ter um lugar onde morar. Abrigava-me sob marquises e viadutos que não me garantiam nenhuma segurança. Sentia-me sozinho mesmo estando em meio a grandes multidões. Chorei. Sorri também, mas não durou muito tempo. Estava realmente mal quando um dia aconteceu algo inacreditável: Ganhei uma casa! Em toda minha vida nunca fiquei tão feliz. Era linda! Possuía uma varanda grande e bem arejada onde era possível se abrigar da chuva com segurança e ao mesmo tempo vê-la cair suavemente no jardim. Possuía uma ampla sala de estar onde era muito agradável se receber os amigos. Nela desfrutei de momentos profundamente felizes. Junto com a casa vieram amigos. Pessoas que se mostraram muito preocupadas comigo. Ajudaram-me, compreenderam-me, alegraram-me.

Tudo corria maravilhosamente bem em minha nova casa até que um dia as coisas começaram a mudar. A varanda que antes era forte e confortadora em meio às tempestades, agora não suportava mais os ventos. O teto começou a gotejar. As paredes começaram a se deteriorar. A pintura se desgastou. Na sala a lareira já não acendia mais e os encontros com os amigos se tornaram cada vez mais frios e distantes. Revoltei-me:

Isso é um absurdo – dizia – que pessoa presenteia uma casa desse jeito!
Comecei a reclamar com meus amigos. Já não gostava mais da casa. Dizia que estar naquela casa era a mesma coisa de estar rua. Até que um dia me encontrei com o Sábio que disse:

- Me diga sinceramente: você realmente deseja abandonar esta casa?
- Sim – respondi.
- Você sabe quem a deu a ti? Quanto custou?
- Não – disse ressabiado.

- Me deixa contar: O dono desta casa é Grandessíssimo. Suas riquezas são incontáveis, incalculáveis. Não mediu esforços para construir esta casa. Ele usou pedras vivas tiradas de seu próprio jardim. Suas colunas foram construídas com o melhor material de todos – o aço da Espada. Sua pintura feita com tinta vermelho-sangue, deixou suas paredes alvas como a neve. E a base então! Construída sobre a Rocha Eterna que jamais pode ser abalada. Podes ver que como esta casa não tem igual. Em lugar nenhum vais encontrar abrigo como este.

- Se ela é assim tão especial, por que está tão degradada? O que houve com ela?
- Há quanto tempo estás habitando aqui?
- Faz muito tempo - eu disse.
- O que fizeste neste tempo para evitar sua corrosão?

Emudeci...

- Vês que tudo o que acontece é por tua causa? Não procuraste vedar as infiltrações. Não te preocupaste quando a umidade vinda de fora manchava a pintura tão bela e especial das paredes. Não percebeste quando os cupins-terrenos roíam as madeiras da varanda. Agora tudo está assim por tua causa.

- O que devo fazer agora? – perguntei.

- Ora essa! Mãos à obra! – me disse o Sábio. Tape os buracos do teto, se possível troque as telhas. Faça morrer os cupins-terrenos de sua varanda e renove os marcos antigos. Limpe as paredes do mofo para que o vermelho-sangue da pintura volte a resplandecer mais alvo ainda. Então verás que tudo se fará novo e a alegria e vivacidade voltará a reinar em tua casa.

- Vou fazer isso agora mesmo!

- Espere! – disse o Sábio. Você precisa saber de uma coisa mais. Esta casa ainda não é perfeita. Tudo isto pode acontecer novamente se você não se esforçar em cuidar dela. Contudo, saiba que esta casa não será para sempre tua. Ela é apenas um abrigo passageiro enquanto aguardas a Mansão Celestial que está sendo preparada para você.

Não contive as lágrimas e prostrei-me ante o Sábio que na verdade, era o Construtor.

Marcelo Dias

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Fabricantes de deuses...

"Decerto que está escrito que "nem só de pão viverá o homem..." (Dt 8.3), mas devemos lembrar que, o homem também vive do pão que o sustenta. Não dá para ser "espiritual" com a "barriga vazia". Uma vez formado esse quadro, proliferam-se cada dia mais as religiões, seitas e denominações que possuem uma mensagem direcionada para a solução dos problemas cotidianos. Com isso constroem-se "deuses" que são a nossa imagem conforme a nossa semelhança, trazendo alguma esperança para o já combalido coração dos seres da espécie "brasileirus-perdidus", daí provém o deus-doril (para dores em geral), o deus-espantalho (para afugentar os "gafanhotos" da sua colheita), deus-silvio-santos (que dá casas, prêmios, fama, emprego, se você pagar em dia o "carnê do baú da felicidade"), e mais tantos outros quanto a imaginação fértil dos mercadores da fé conseguir produzir. Essas caricaturas de divindade, não salvam, não transformam a vida de ninguém, não mudam o caráter, mas elas devem ter a sua utilidade (pelo menos para alguns!) mesmo que, não forneçam a solução definitiva para os problemas, apenas satisfaçam momentaneamente as nossas necessidades. O grande problema é que tudo isso está sendo feito em nome do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que não nos alienou, porém, nos chama para um Reino Eterno, aonde somente lá realizar-se-ão todas as utopias da humanidade." - Alex Lira (www.crerepensar.com.br)

Estava lendo este artigo e me pus refletir sobre ele. Acho que podemos acrescentar mais um deus:

O deus-tribalista. Pra ele ninguem é de ninguem e todo mundo é de todo mundo - tá tudo liberado!!!

Nâo há necessidade de compromisso, ele não exige isso. Te deixa liberado p/ viver sua vida e experimentar varias outras paixões. Ele não tem ciumes dos outros deuses. Ele não exige exclusividade. E quanto vc sentir o desejo é só procurá-lo novamente que ele te satisfaz de novo. Vc pode fazer isso qntas vezes quiser - ele é bem liberal!

Tem mais, ele também aceita qualquer tipo de adoração. Não precisa dedicar seu coração a ele, pois tem muitos igual a vc a sua disposição. Ele sabe que você sempre volta, pois nenhum outro exige tao pouco quanto ele.

Será que nã é este deus que você e eu estamos servindo? Ou será que nós não estamos tentado fazer com que o DEUS verdadeiro seja como ele?

"Não vos enganeis, de DEUS não se zomba!!!" - Gl 6.7

Que o VERDADEIRO, UNICO e SANTO - SENHOR, tenha misericordia de mim.... de todos nós!!!!!
Marcelo Dias

Reconstruir ou Reformar?

Hoje me peguei pensando nesta pergunta. Em relação à igreja evangélica o que precisamos: reconstruir ou reformar?

Reconstrução é mais complexo. Na verdade só é necessária quando toda a estrutura do imóvel já ruiu. Normalmente acontece por um desgaste na consistência do fundamento e da estrutura. Pensando assim, não precisamos reconstruir a igreja, ela não ruiu. Sua base é forte. Suas colunas são resistentes e não podem desabar. Foi mesmo o Senhor Jesus que nos disse: "...sobre esta pedra(ele mesmo) edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela"(Mt16.18).

Já o caso da reforma é mais simples. A reforma se faz necessária sempre que o material usado no levantamento das paredes, no teto e no piso começa a se deteriorar. Isso pode acontecer devido a problemas como qualidade do material, desgate natural e outras intempéries. Neste caso a necessidade de reforma da igreja é urgentíssima. Pedro diz que somos "pedras vivas" na construção da "casa espiritual" de Deus. No entanto somos constituídos de material de má qualidade. Deterioramos muito facilmente e em pouco tempo colocamos em risco a construção. Deus sabe disso. Ele nos ecolheu sabendo disto para nos mostrar que a força da construção não está na qualidade do material, mas na consistência indestrutível da base - Ele mesmo.

Diante disto chegamos a conclusão de que a igreja precisa de uma reforma não de uma reconstrução como muitos tem feito por aí. Não precisamos de nova base, nova estrutura mas de material de melhor qualidade nas paredes e teto desta construção.

Esse negócio de profecias, nova unção profética, atos proféticos, novas revelações, é pura balela, papo de quem não se contenta com a base que foi lançada. "Contrutores" que rejeitam a "Pedra Fundamental" lançada desde a eternidade. Gente que tem tentado lançar outro fundamento. O problema é que esse fundamento é lançado sobre a areia movediça das volições humanas e não sobre a "Rocha Eterna e Inabalável".

Nossa reforma precisa acontecer a partir do teto. É do teto que procedem as infiltrações capazes de danificar todas as paredes da casa. A liderança da igreja precisa reconhecer que é ela quem está causando a deterioração da construção. O teto da igreja está cheio de goteiras. Seus líderes parecem peneiras, incapazes de reter para si os elementos nocivos à construção. E o pior é que na maioria das vezes eles produzem tais materiais.

Por outro lado, as paredes não deteriorariam tão facilmente se fossem constituídas de um material melhor. Os crentes "pedras vivas" não passam de tijolos de barro mal queimados. Um povo que não se reveste da "Massa Corrida de Deus" - Sua Palavra. Vive fazendo "economia porca" que pode levá-los a desabar a qualquer momento. E é bom entendermos isto: a base e a estrutura desta construção não cedem jamais, mas suas paredes sim. Aliás, no estado em que estão, precisam ser derribadas e refeitas com material melhor e mais consistente.

Precisamos abominar esses que querem reconstruir a igreja. Ela não precisa ser reedificada. Sua "Base" é forte o suficiente, sua estrutra não cede jamais, mas as paredes e o teto, ah... estes sim precisam ser reformados urgentemente. Precisamos de líderes que são impermeáveis, precisamos de tijolos bem queimados e resinados para aguentar as intempéries do mundo. Precisamos ser "pedras vivas" e não "cimento frio".

Que Deus nos ajude nesta empreitada!
Em Cristo - a Rocha, o Construtor e a Coluna.
Marcelo Dias

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Reformando a Igreja do Séc. XXI.

Como sabemos é notório o estado caótico a que o evangelicalismo brasileiro levou a igreja chamada protestante. Há um consenso entre boa parte dos cristãos sérios de que a igreja precisa ser reformada urgentemente. Quero neste artigo apontar algumas atitudes que devemos tomar se realmente estamos dispostos a esta reforma.

Nossa meditação se baseia em Neemias 1. 1-11.
Neemias foi um dos personagens de grande destaque na história das reformas empreendidas por Deus no povo de Israel.

O contexto da narrativa que lemos é o retorno em etapas do povo de Israel do cativeiro, agora sob o Império Persa.
A história registra que estes acontecimentos se deram entre os anos de 445 e 432 antes de Cristo.
Havia se cumprido o tempo previsto de 70 anos para o fim do cativeiro, e uma parte do povo havia retornado à Jerusalém por causa do decreto do rei Ciro, liderados por Esdras.

Neste contexto Neemias:

1.Toma consciência da decadência de seu povo: v. 1-4a
O texto no informa Neemias estava na cidadela de Susã que era a casa de inverno dos reis persas e o v. 11 nos informa que Neemias era copeiro do rei. Estes dados nos indicam que Neemias possuía um posição social elevada. Ser copeiro do rei significava estar bem próximo deste e possuir uma intimidade e liberdade concedida a poucos em um império como o Persa.

Neemias busca tomar conhecimento do estado de Jerusalém.
O v. 2 nos mostra que ele procurou saber sobre Jerusalém. Seu coração já o incomodava a respeito, ele já estava preocupado com sua terra natal.
Ele tinha conhecimento dos decretos de Ciro e Dario que davam autorização e subsídios para a reconstrução da cidade.
Ele sabia que Esdras estava lá há 13 anos mas não sabia como estavam as coisas por lá, qual era a real situação do povo.

As notícias não foram boas. Possivelmente Neemias não esperava o impacto que levou com a notícia. Neemias chorou e lamentou por dias a situação do seu povo. Ele ficou verdadeiramente impactado pela situação do povo de Deus.

Meus irmãos nossa situação como igreja de Deus hoje não é diferente.
O povo de Deus está assolado. Nossas portas foram arrombadas e queimadas.
Nossos jovens estão sendo levados cativos pela “Babilônia”, o mundo de nossos dias. Estão servindo ao deus consumismo, ao deus prazer. O povo está morrendo à mingua espiritualmente por falta do verdadeiro Alimento – a Palavra da Deus.

Muitas vezes achamos que estamos imunes. Sentimos como se estivéssemos no palácio do Rei e que não temos nada a ver com o restante do povo de Deus que está na situação vergonhosa que está. O problema é que somos povo de Deus e assim as misérias de nossos irmãos são também nossas misérias.

Neemias sabia disso por isso reagiu de forma tão quebrantada ao saber do estado de seu povo. Ele também era Israelita por isso os problemas do seu povo eram também seus problemas.

Até quando vamos fingir que está tudo bem?
Até quando vamos ignorar o estado de decadência espiritual que estamos inseridos?
Nosso tempo exige uma reforma que começa por tomarmos esta consciência – a consciência de que estamos em meio a ruínas.

2.Neemias reconhece que ele e o povo são culpado desta decadência: v. 4b - 8

Neemias não se entristeceu com a ruína de Jerusalém apenas porque esta era sua terra natal. Nem tão pouco sua dor foi por causa apenas do povo que ali estava.
Neemias se entristeceu por causa da condição espiritual de Judá.

Jerusalém era a capital da nação mediadora do pacto. Jerusalém simbolizava a relação pactual entre Deus e seu povo. Nela estava o templo, que Deus chama de “casa que se chama pelo meu nome”.

Deus havia estabelecido seu relacionamento pactual especialmente com a casa de Judá – (Gn 49.8-12). A capital Jerusalém foi escolhida para sediar o Reino. Neemias reconhece que toda aquela condição de miséria estava ocorrendo por que Judá se esqueceu dos seus compromissos pactuais. Em sua oração ele deixa bem claro que ele e seu povo haviam quebrado a aliança que Deus havia estabelecido. Ele cita no v. 8 o texto de Levítico 26.33.

O mais interessante é que além de se incluir na oração, ele usa o tempo verbal no presente – “temos” – indicando que aquela não era uma situação do passado mas era muito atual.Isso se explica porque apesar de o templo em Jerusalém estar reconstruído a vida espiritual do povo ainda estava desregrada. Os turnos sacerdotais foram restabelecidos por Esdras mas não estavam funcionando a contento.O povo vivia uma vida de usura e envolvido em casamentos mistos. A lei foi lida apenas 7 meses depois de sua chegada em Jerusalém (8.1). Neemias então confessa que tudo aquilo que estava acontecendo era por causa da rebeldia pactual do povo de Deus inclusive dele.

Meus irmãos como estamos longe do ideal verdadeiro de relacionamento com Deus.
Não há mais na dispensação do evangelho, um lugar sagrado, um centro de adoração, por que o Espírito Santo habita em nós e nós somos o templo do Espírito como diz Paulo aos Coríntios.

O problema é que nosso templo está de pé, mas nosso culto não é verdadeiro, não é sincero. Nosso coração e nossa cervical estão enrijecidos e não se dobram mais diante de Deus.

Tiago nos mostra em sua carta que o verdadeiro culto a Deus é prático, é vivido e não apenas falado ou cantado liturgicamente.

A culpa do estado em que estamos é nossa. Nós nos afastamos de Deus. Nós trocamos o relacionamento pactual com Deus pelos prazeres da vida cotidiana. Nós fazemos parte da familia da Aliança, mas nossas familias estão cada vez mais longe do ideal de relacionamento. Não diálogo entre pais e filhos. Não mais compromissos com o relacionamento com Deus.Deus é o segundo lugar em nossas prioridades.

O Dr. Van Gorningen em seu Livro “A Família da Aliança” começa mostrando que a familia é a celula principal do pacto e não a igreja. É na família que encontramos a perfeita analogia do relacionamento de Deus com seu povo. E cada dia que passa isso tem se perdido em nosso meio.

O estado de decadência da igreja hoje é culpa nossa.Nós perdemos de vista a razão de nossa existencia.Nós nos esquecemos qual a finalidade porque Deus nos pôs aqui.
Uma verdadeira reforma exige que reconheçamos isso diante de Deus.

3. Neemias reconhece que só Deus pode tirar o povo de tal decadência: v. 9 – 11;

Foi exatamente esta a atitude de Neemias. Após tomar consciência do estado do povo e dele mesmo e depois de reconhecer que tudo aquilo era resultado da quebra do relacionamento pactual, Neemias recorre ao único que poderia restaurar aquela situação – Deus. Em sua oração ele reconhece que apenas Deus poderia mudar aquela situação. Deus era o autor do pacto e apenas o próprio autor pode restaurar ou renovar o pacto rompido. Em Gênesis 15 vemos o caráter monergístico, ou seja unilateral do pacto de Deus com Abraão. Isso fica explicito em Jonas 2.9 “Ao Senhor pertence a salvação”.

Apenas Deus pode restaurar seu povo.
Neemias reconhece:
“TEUS servos”
“TEU povo”
“que resgatastes com TEU poder”
“TEUS ouvidos”

Deus é o único que pode nos tirar deste estado. Apenas Deus é soberano em nossa salvação. Nós somos incapazes de nos aproximar de Deus por vontade própria a menos que Deus nos traga para junto de si. É bom lembrar que esta fase que Neemias estava vivendo fazia parte do cumprimento da profecia de Jeremias de que em 70 anos o povo seria liberto do cativeiro. Era Deus quem estava começando o trabalho de restauração do seu povo. Neemias estava sendo apenas um instrumento nas mãos de Deus e ele mesmo reconhece isso dizendo sempre que “a boa mão do meu Deus era comigo”. No entanto para isso precisamos orar.

No vers. 1 temos que Neemias tomou conhecimento da situação no mês de quisleu, mas apenas no mês de nisã foi que ele teve a oportunidade de conversar com o rei.
Neemias orou e jejuou durante 4 meses em favor daquela situação a mesma oração. Ele mesmo afirma no ver. 6 que orava “dia e noite”.

Os Moravianos, um dos grupos oriundos da reforma reconhecidos por seu envolvimento missionário, instituiram uma reunião de oração que durou literalmente 100 anos, 24 oras por dia, e o resultado disto foi o evangelho anunciado à Asia, Africa, America do Norte, Europa, países Balticos, Russia e Oriente Médio.

A Reforma que queremos só vai acontecer verdadeiramente nos comprometermos a buscar sinceramente a Deus reconhecendo que só Ele pode nos resgatar desse estado de inércia espiritual em que estamos.

Conclusão:

Meus irmãos a situação da Igreja Evangélica de nossos dias está realmente degradante.
O mundo já não enxerga em nós esperança, diferença. Muitas pessoas estão se afastando da igreja por não acreditarem mais no Deus dos cristãos e nem no seu cristianismo.

Precisamos urgentemente de uma reforma no Séc. XXI.

A boa notícia é que uma vez que compreendemos as coisas que Deus nos ensina neste texto, podemos ver que ainda há esperança para a igreja. Basta que sejamos humildes o suficiente para reconhecermos que estamos em situação degradante, todos nós, todo povo que se chama evangélico. É preciso entender que tudo isto é culpa nossa mesmo. Estamos longe de Deus. Longe do ideal cristianismo resgatado na reforma do Séc. XVI.
Contudo somente Deus pode nos tirar desta. Somente Ele pode resgatar sua Igreja.
A parte que nos cabe nesta empreitada é orar, aproveitar as oportunidades e fazer como Neemias fez.

Enfrentou as barreiras,
Reconstruiu os muros,
Renovou a aliança do povo com Deus,
Se tornou um dos grandes responsáveis pelo retorno do povo ao caminho do Senhor.

Que Deus nos ajude a entender verdadeiramente esta mensagem.
Marcelo Dias

"Lembrai-vos da mulher de Ló".

Em 1984 uma aeronave da Avianca Airlines caiu na Espanha. Técnicos que estudaram a caixa preta do avião chegaram a uma misteriosa descoberta. Alguns minutos antes do impacto, uma voz aguda e sintetizada pelo computador vinda do sistema de alarme automático do avião repetia em inglês: “Levante, levante”!! O piloto julgando que o equipamento estava com defeito repreendeu-o dizendo: “Cala a boca gringo!”, e o desligou. Minutos depois a aeronave se chocou contra a encosta de uma montanha. Todos os que estavam a bordo morreram. Tudo porque o piloto, um experiente profissional, ignorou uma simples advertência.
Em Lucas 17.32, Jesus faz uma séria advertência aos seus discípulos e a nós: “Lembrai-vos da mulher de Ló”. O mestre estava falando aos seus discípulos sobre a instauração definitiva do Reino de Deus. Ela se dará de forma rápida e surpreendente. Tudo estará indo como de costume e de repente eis que surgirá “no céu o sinal do Filho do Homem (Mt. 24.30)”. Mas o que a mulher de Ló tem haver com isso? Vejamos.
Deus estava prestes a derramar sua ira sobre Sodoma e Gomorra. Tudo estava indo normalmente aquele dia, até que dois anjos tomam Ló, sua mulher e suas filhas para salvá-los da destruição. No meio da fuga a mulher de Ló olha para trás e é transformada em uma estatua de sal. Ao citar este exemplo, Jesus quer nos alertar para algumas verdades muito importantes:
1º) Olhar para trás é desobedecer uma ordem expressa de Deus. A ordem de Deus foi claríssima: “... não olhes para trás (...) para que não pereças” (Gn 19.17). Quando voltamos nossos olhos para trás, para o mundo que vivíamos estamos em desobediência completa a Deus. Nossos anseios devem se voltar para a glória de Deus e o desejo do nosso coração deve ser sempre obedecê-lo. Aquele que lança a mão no arado e olha para trás (Lc 9.62), corre um sério risco de se atrapalhar na semeadura e fazer um trabalho mal feito. Em outras palavras, faz a obra do Senhor de forma relaxada e se torna assim, maldito de Deus (Jr 48.10).
2º) Olhar para trás é desprezar a salvação de Deus (II Pe 2.22). Aquela mulher estava sendo liberta de um jugo terrível. O juízo de Deus já estava determinado e ela havia escapado do julgamento, estava livre da condenação. Contudo, seu coração estava preso ao seu passado. Ela amava sua vida medíocre e as concupiscências do mundo em que vivia. Quem olha para trás prefere o mundo em relação a Deus. É rebelde. Despreza a liberdade dada por Deus. Ama o mundo e o seu jugo. Não quer ser livre. É uma porca lavada que volta a se revolver na lama, um cão que prefere seu próprio vômito (II Pe 2.22).
3º) Olhar para trás é expor-se ao juízo de Deus. Ao olhar pra trás, a mulher de Ló se tornou co-participante do juízo de Deus sobre Sodoma e Gomorra. Ela foi incluída no juízo e se tornou um memorial para que nós pudéssemos entender que, mesmo sendo alvo da misericórdia de Deus, se não nos comportarmos fielmente, se não levarmos a sério a vontade de Deus vamos sofrer sérias conseqüências. “Deus é Amor”, mas não abre mão de sua justiça.
A volta de Cristo é iminente e cada dia mais se aproxima (Rm 13.11). A certeza de que não podemos perder a salvação não nos dá o direito de brincarmos com Deus. É hora de acordarmos. A advertência do Senhor é séria e mui urgente. “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora” (Ap 22.20); “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
Marcelo Dias

Bíblia On Line