quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Gospelândia em Cordel

Com a chegada da INTERNET,
......O mundo agora encurtou.
......É que um país bem distante,
......Da gente se aproximou.
......Para provar sua douçura,
......É pra lá mesmo que eu vou.


......Deixei todos meus pertences,
......Para poder lá entrar.
......Troquei minhas vestimentas
......Por um horroroso “abadá”.
......Puseram então no meu rosto,
......Uma máscara de tafetá.


......É um país desmiolado,
......Que todo dia tem festa.
......Para assistir aos seus shows
......Se leva um sinal na testa,
......Com os dizeres escritos:
......Aqui “Deus” se manifesta.


......Uma barulheira infernal
......Me deixou atordoado.
......De frevo, axé e samba,
......Eu já estava enjoado.
......O brado que mais se ouvia
......Era: “está tudo amarrado”.


......No meio da Gospelândia,
......Um grande palco existia,
......Onde os fariseus de Deus,
......Seu “espírito” recebia.
......Eu achei muito esquisito,
......Pois macumba parecia.


......Senti falta da Palavra,
......E ao pregador perguntei:
......Onde aqui se lê a Bíblia?
......Respondeu-me: eu nada sei,
......E ainda disse por cima:
......Dela eu nunca precisei.


......Você não estuda a Bíblia?
......Perguntei interessado.
......Ele respondeu na bucha:
......Ela me deixa estressado,
......É melhor viver aqui,
......Onde o mal tá dominado.


......Disse ainda para mim:
......Aqui eu tenho sossego,
......Não preciso de Jesus,
......Para viver o meu chamego.
......E pra tirar todo aperreio
......Tem sessão de descarrego.


......Eu fiquei estarrecido
......Quando sério me falou:
......Tenho tudo e nada falta,
......Temos coisa de valor,
......Abriu então uma caixa,
......De amuletos. Que horror!


......No país da Gospelândia
......Pobreza é maldição,
......As doenças são demônios,
......Pecado é ter aflição.
......Prosperidade é dinheiro,
......O estudo abominação.


......Um profeta gospel falou:
......Se vivemos em realeza,
......Com ouro, prata e saúde,
......Tendo tudo com moleza,
......Burrice é pregar o céu, ......
......Sendo dono de riquezas.


......Retirei a minha máscara,
......Despi-me da fantasia,
......Voltei para minha terra,
......Do mal de todos os dias.
......Desisti da Gospelândia,
......Pra ter Cristo como guia.



......Prosa em versos por Levi B. Santos
fonte:http://levibronze.blogspot.com/

sábado, 23 de maio de 2009

O Papel da Mulher na Família da Aliança


O movimento feminista, até certo ponto, trouxe às mulheres o espaço que merecem dentro da sociedade. No entanto o movimento extrapolou os limites. Colocou a mulher acima de seu papel e isso tem trago drásticas conseqüências à família.

Assim como o homem, a mulher tem um papel muito importante no Reino de Deus. Ao contrário do que pensam as feministas, e até mesmo os machistas, a mulher não está abaixo do homem como pessoa, mas em função e essa função não rebaixa a mulher, ao contrário a valoriza e muito. Vamos ver algumas verdades que as Escrituras nos revelam e esclarecem a esse respeito. Vejamos Gn 2. 18-24:

1. A mulher é uma pessoa tanto quanto o homem (v.21,22). Ela foi criada da mesma essência do homem. Ela possui em si a mesma proporção da imagem de Deus que há no homem. Ela é um ser independente e consequentemente responsável por si mesma diante de Deus.

2. A mulher recebeu a mesma responsabilidade do homem. Assim como Adão, Eva também foi incumbida do cultivo do jardim. Deus a colocou juntamente com seu marido para subgerenciar a criação. Ela recebeu o mesmo mandato cultural e social – “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn 1:28).

3. A mulher possui uma função peculiar dentro dessa responsabilidade maior (v.18). Ela foi criada para desempenhar seu papel como auxiliadora. Ela deve auxiliar seu marido em suas funções. Ela o completa em sua humanidade. Ela não deve gerenciá-lo nem tampouco ser sua escrava. Ela foi criada para estar ao seu lado. Ser sua companheira. Sua ajudadora assim como Deus o é de seu povo.

4. A mulher é privilegiada pelo dom da maternidade. No Slm 139.13 vemos como Deus trabalha de um modo especial no corpo da mulher de modo a trazer outro ser à vida. A maternidade é um milagre em que Deus usa suas próprias mãos. É uma obra de arte de Deus. Um artesanato de suas mãos no ventre da mulher. Que coisa maravilhosa!

5. A mulher depende de seu esposo (v.24). Somente seu marido pode dar-lhe a oportunidade de desfrutar deste maravilhoso dom de Deus – a gestação. Sem “seu homem” a mulher jamais pode trazer ao colo uma criança.

O maior problema para as feministas está no termo “submissão”. Ao dizer que a mulher deve ser submissa ao seu esposo (Ef 5.22), Deus não está afirmando que ela é inferior a ele. Deus está dizendo que sua missão está debaixo da missão do homem em gênero e não em grau.

O Dr. Van Gronnigen assim resume o papel da mulher na família: “Que importante papel Deus dá à mulher! Ela se coloca ao lado do seu marido como auxiliadora assim como Deus se coloca ao lado de seu povo. Ela se torna a grande portadora do fruto e seu marido é chamado a se colocar ao seu lado, para apoiá-la e reivindicar juntamente com ela a benção de se tornarem pais”(1).

Marcelo Batista Dias

(1)G. Van Gronnigen, A família da Aliança. Cultura Cristã: São Paulo, 2002. pg 90.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Papel do Homem na Familia da Aliança


Já vimos que a família tem um papel muito importante no plano de Deus. No entanto cada membro a família possui um papel bem definido dentro dessa estrutura criada por Deus. Deus criou homem e mulher, e segundo o texto original, Ele os criou macho e fêmea. O Rev. Manassés Villaça afirma que “o que o texto hebraico quer destacar é a singularidade bíblica da família. Não se trata simplesmente de papéis desempenhados por cada um, trata-se da essência de cada um, os papéis são decorrentes”(1).

O papel do homem na família segundo as Escrituras é exercer liderança. Esta liderança deve ser demonstrada pelo homem de forma decisiva em 4 atitudes apontadas pelo Dr. Van Groningen(2):

1.Ele deve amar: O marido “deve ser o primeiro a expressar o amor no relacionamento do namoro e casamento”; (ver Ef 5. 25-28). No entanto esse amor não é um sentimento restrito à mente e ao coração. O homem é chamado a praticar em sua família o mesmo amor de Cristo – o Amor incondicional e pleno até a morte se necessário. Amor que desce para as mãos.

2.Ele deve exercer autoridade: “Autoridade não é poder bruto, a ser sempre demonstrado pelo cônjuge mais forte no casamento”. Ao contrário, autoridade não se impõe, se conquista com amor e serviço. O que se conquista com imposição é medo e não respeito.

3.Ele deve ter capacidade de liderar: Ser líder é guiar, conduzir os que estão sob sua autoridade ao cominho correto. O homem deve ser capaz de guiar sua família ao caminho do Senhor. Liderar não é mandar é saber conduzir com sabedoria e prudência os seus familiares no caminho certo.

4.Ele deve ser provedor: “Cabe aos homens o privilégio de serem os provedores do lar”. Esta provisão porém não é só material. O homem é responsável pela provisão espiritual, moral, social e cultural. Os filhos vão absorver o caráter principalmente do pai. Filhos que crescem sem a presença paterna tendem a dar mais problemas na sociedade. O homem deve ser responsável e zelar pela estrutura moral de sua família.

O papel do homem é difícil e exige muita dedicação e sabedoria. Somente Cristo, nosso paradigma maior, pode nos ajudar nesta tarefa. A pergunta é: você tem sido homem de verdade em sua casa?

Deus nos ajude e abençoe.
Marcelo Batista Dias

(1) Coordenador do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano RDNE/BH. Comentário ao artigo anterior.
(2) G. Van Groningen, A Família da Aliança. Cultura Cristã: São Paulo, 2007. pg 75-79

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O que é família mesmo?


Vivemos num tempo em que esta pergunta não pode ser respondida pela maioria de nossa sociedade. Nos meios de comunicação, em especial as novelas globais, a família é tratada como um objeto de zombaria. Filhos desequilibrados, casais adúlteros, relacionamentos homossexuais, e o pior – o casamento sendo tratado como algo antiquado, ultrapassado e sem valor real.

Diante deste triste quadro uma necessidade se faz urgente: resgatar o verdadeiro significado da família. A família não é uma coisa do acaso. Ela não pode ser tratada como algo secundário. Por isso vamos começar nossos estudos do mês da família entendendo o que é a família.

Podemos definir família como: A parte mais importante da criação de Deus, criada com uma função específica para alcançar um objetivo determinado por Ele. Cada parte desta definição tem o seguinte significado.

1. A família é parte mais importante da criação de Deus – Gn 1. 27;
Deus criou o homem e criou a mulher – uma família. Diz o texto de Gênesis que Deus os criou. O mais interessante é quando Deus os criou. Deus realizou toda a obra da criação e após ter criado todos os demais componentes, criou o homem e a mulher. Eles constituem a coroa da criação de Deus. A parte mais importante de toda esta maravilhosa criação.

2. Criada com uma função específica – Gn 1.28;
O que temos neste versículo é o que os estudiosos chamam de mandato cultural, ou seja, o homem e a mulher são dotados por Deus de habilidades e funções no governo da criação. A família tem uma função específica no Reino de Deus. O Dr. Van Groningen diz que a família foi criada por Deus para ser a vice-gerente da criação (Livro: A família da Aliança, Cultura Cristã, 2ª Ed. – 2002). Cabe a eles o dever de trabalhar e cuidar da obra de Deus.

3. Para alcançar um objetivo determinado por Ele – Gn 1.26;
O objetivo determinado por Deus é glorificar o Seu nome. O texto diz que Deus fez a família conforme a Sua imagem e semelhança, ou seja, para refletir o próprio Deus em sua relação trinitária. O relacionamento trinitário de Deus é a base ou o modelo do relacionamento familiar humano. Deus criou a família para que esta pudesse ser um reflexo do próprio Deus. A família deve manifestar a glória de Deus. A família deve influenciar a sociedade e não ser influenciada por ela.

Conclusão:
A Bíblia nos ensina que a família é um organismo extremamente importante. Ela foi criada por Deus para ser a administradora de Sua aliança. Deus a estabeleceu para dirigir como subgerente, ou seja, gerenciando debaixo de Sua orientação suprema, tudo aquilo que Ele criou. A família, portanto não é uma obra do acaso. Não surgiu apenas para satisfazer a necessidade do homem que estava sozinho no Éden. Não surgiu como parte da evolução social do homem. Ela tem um objetivo certo e uma meta a ser alcançada – manifestar a glória do Deus vivo, como subgerente de Sua criação.
Sua família tem feito isso? Que Deus nos abençoe!

Marcelo Batista Dias

Baseado no livro: A familia da Aliança - G. Van Groningen
(mensagem publicada no boletim da Cong. Nova Baden/Betim em 03/05)

E agora quem poderá nos defender? Parte II


Disse no artigo anterior que, neste mundo, nenhum homem pode socorrer aquela mulher e atendê-la em suas expectativas. Mas isso não muda o fato de que muitas pessoas continuarão a esperar nos homens. Mas por quê? Por que sempre se espera que homens como Fernando Lugo sejam a resposta aos anseios da humanidade.

Aquela mulher e praticamente todos os cidadãos paraguaios (e porque não a maioria dos cidadãos desta grande “aldeia global”), confiam cegamente em seus líderes religiosos. O que acontece é que a maioria acaba por “engolir sem mastigar”.

Vivemos numa geração que não pensa mais. O povo simplesmente “engole” os discursos mais escabrosos sem sequer procurar analisar a veracidade dos fatos expostos. O cantor João Alexandre expressou essa verdade de uma maneira esplêndida em sua música “É proibido pensar” (Álbum: É proibido pensar – 2007). Creio que o povo “engole” tudo (e se decepciona tanto com seus líderes) por dois motivos.

Primeiro por que não procura conhecer a verdadeira pessoa por trás do discurso. Líderes, principalmente religiosos, são vistos como referenciais de conduta. Até aí tudo bem. O problema é que as pessoas julgam que alguém que recebe uma incumbência tão especial é uma pessoa “santa” (no sentido de serem infalíveis). Essa visão errônea é maior no catolicismo romano, mas nós os evangélicos também não escapamos. Basta alguém se auto denominar apóstolo que ganha um status de semi-deus.

É preciso entender que pastores (ou líderes de qualquer espécie) são homens também e, portanto não são medida de referência padrão. O paradigma perfeito é Jesus Cristo. Paulo só nos chama a sermos seus imitadores por que ele o era de Cristo (I Co 11.1). Paulo não se coloca como O padrão. Ele era apenas um homem que se moldava ao padrão supremo – Cristo. É como se ele dissesse: “Eu sou imitador de Cristo, unam-se a mim”. O povo precisa ver seus líderes como pessoas comuns. Homens de carne e osso, passíveis de erros. Isso não faz deles pessoas menos confiáveis. Pelo contrário, assim eles se tornam mais acessíveis e compreensíveis. Saber que seu pastor também peca como você deve te levar a compreendê-lo mais e a orar mais por ele.

Segundo a negação da existência de uma verdade absoluta pela qual todo discurso deve ser abalizado. Não vou nem falar a respeito dos não cristãos. Estes sequer acreditam que a Bíblia seja verdadeira quanto mais verdade absoluta. Volto os meus olhos principalmente para os cristãos. É incrível o modo como os cristãos (principalmente “evangélicos”) abandonaram as Escrituras. Nem sei se podemos ser chamados assim tendo em vista que o evangelho está cada dia menos presente em nosso meio.

É incrível ver como muitos tem trocado a “ponte metálica” das Escrituras pelas “tábuas e cordas podres” dos profetas contemporâneos. No meio pentecostal as ações proféticas têm tomado lugar do estudo sistemático das Escrituras. Nós os reformados confessamos as Escrituras como nossa única regra de fé e prática, no entanto costumeiramente ela fica relegada apenas à primeira parte da sentença. O resultado disso é um povo que não pensa, que está perdido como “ovelhas sem pastor” ou então sendo pastoreado por mercenários mercadores do evangelho.

Desse jeito não tem como não se decepcionar. Homens são homens. Não perfeitos. Não são confiáveis e nem são padrão de referência total. Cristo é o referencial supremo. Enquanto os homens e, especialmente a comunidade cristã, entenderem que seus líderes são “infalíveis”, continuarão se decepcionando cada vez mais.

Marcelo Batista Dias

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