sábado, 9 de abril de 2011

O problema da religiosidade cristã




Um dos grandes problemas de nossos dias é a religiosidade cristã. Ao contrário da verdadeira vida cristã, a religiosidade é uma erva daninha. Uma praga que cresce cada vez mais na seara cristã. E como não podia deixar de ser, causa males terríveis.

É o caso da religiosidade fundamentalista. Como esta que levou o jovem Wellington Menezes de Oliveira a tirar a vida de 12 crianças e deixar mais de 10 feridos em Realengo no Rio de Janeiro nesta ultima quinta-feira. O fundamentalista religioso é essencialmente farisaico. “É capaz de nutrir ódio, preconceito e discriminação contra grupos que professem religião ou ideologia diferentes da sua, ou que pertençam a outra etnia” (Hermes Fernandes). Geralmente se consideram uma raça superior taxando os que não se adéquam às suas práticas como impuros e malditos. São capazes de matar e morrer por seus ideais.

Igualmente perniciosa é a religiosidade mórbida. Essa ao contrário da fundamentalista é apática. O religioso mórbido é alguém alheio ao mundo ao seu redor. Não se importa com as demais pessoas, mas apenas consigo mesmo. Não está interessado em compromisso verdadeiro. Apenas cumpre sua obrigação religiosa e nada mais. Não se expõe por seus ideais por uma razão simples – não possui ideais. Sua vida é um ciclo religioso-vicioso sem sentido.

Em contrapartida está verdadeira vida cristã. O verdadeiro cristão é altamente moderado. Ele é altruísta, pois se importa mais com os outros do que consigo mesmo. É gracioso, pois entende que é um pecador como todos os demais, mas que foi alcançado pela graça de Deus em Cristo. Ele possui ideais fortes. É capaz de morrer por eles, mas não de matar. Anseia ardentemente o retorno de Cristo. Vive somente para a glória de Deus, nunca para si mesmo.

Por isso queridos irmãos, estejamos atentos às nossas próprias vidas. Sejamos sinceros diante de Deus e vejamos se não estamos sendo religiosos demais e cristãos de menos. A religiosidade cristã pode nos destruir. A verdadeira vida cristã nos enleva ao céu.

Que Deus nos ajude.

Marcelo Batista Dias

sexta-feira, 8 de abril de 2011

“Pra não dizer que não falei das flores”



A música de Geraldo Vandré, que leva o titulo acima, inspirou multidões. Todos revoltados pela opressão de um governo ditador. Gente ansiosa pela liberdade. Gente desejosa por um país mais justo, onde todos poderiam viver livres para se expressar em todos os sentidos. O povo brasileiro ansiou pela liberdade. Lutou pela liberdade. Muitos deram sua vida para ter um país livre da opressão. E onde isso nos levou? Onde estamos?
Estamos num país sem fronteiras. Não há limites. Não há respeito. "Terra de ninguém", como cantava certa banda nos anos 90.
Uns matam por que não são bem aceitos. Somos obrigados a engolir todo tipo de atitude. Somos forçados à tolerância. E quando não concordamos com aquilo que sabemos experiencialmente que corrompe e apodrece nossa qualidade de vida como seres humanos, nos matam por isso.
Outros matam porque não querem aceitar. Dizemos que somos tolerantes. Dizemos que respeitamos todos os tipos de pensamento. Mas se alguma coisa ameaça nossa boa vida, matamos! 
Não queremos nos aceitar. Não queremos aqueles que nos impõe limites. Não queremos aqueles que, por exemplo, se levantam para a apontar a corrupção nossa de cada dia. Não queremos verdade absoluta, a menos que seja a nossa verdade absoluta. Por isso matamos. Às fazemos isso com armas de fogo. Outras vezes usamos palavras. Na maioria delas, o silêncio.
De fato, Geraldo Vandré tinha razão: “Nas escolas, nas ruas, campos, construções; Somos todos soldados, armados ou não...”.
As únicas flores mencionadas neste artigo são aquelas que estão sendo postas sobre os túmulos das inúmeras vítimas da violência nacional. Violência marginal, policial e política.
Flores estas que murcharão em breve. Assim como a memória destes fatos se esvairá da cabeça da maioria de nós, que continuaremos nossos assassinatos, armados, ou não...
Se há alguma perspectiva de mudança? Sim eu creio que haja.
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).
A liberdade que tanto almejamos não está na aceitação das diferenças pura, simples e indiscriminadamente. Não está na libertinagem cultural e moral que se instala pouco a pouco.
A liberdade que almejamos está na Verdade. Verdade que não é um conceito abstrato, mas uma Pessoa. Que além de Verdade é Caminho e Vida. Jesus. O único que pode nos dar a verdadeira liberdade. 
O brado da verdadeira liberdade foi dado na cruz e não no Ipiranga.
"Está consumado!"

Marcelo Batista Dias
(Reeditado em 07/09/2013)

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