segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

J’ACUSE !!! (Eu acuso !)


(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.
(Émile Zola)
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...)
(Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal a o autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é
fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.
(Texto recebido por e-mail e publicado sob autorização explícita do autor no corpo do e-mail)
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O Ecclesia Reformanda subscreve o texto na íntegra. O Ecclesia ainda reitera que, apesar de não ser tarefa da igreja ou dos crentes promover acusações, esta não pode fugir ao seu dever de DENUNCIAR tudo aquilo que é apregoado neste mundo e que fere os principios sólidos das Escrituras.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Precisamos Novamente de Homens de Deus



A. W. Tozer

A igreja, neste momento, precisa de homens, o tipo certo de homens, homens ousados. Afirma-se que necessitamos de avivamento e de um novo movimento do Espírito; Deus, sabe que precisamos de ambas as coisas. Entretanto, Ele não haverá de avivar ratinhos. Não encherá coelhos com seu Espírito Santo.

A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto. Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente, em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes.

Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário. Esses homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação.

Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo. Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos. Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã, com toda a espécie de zelo ostentoso e demonstração de piedade. A influência constrangedora da opinião pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.

A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.

Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor. O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos.

O homem livre jamais foi um tirano religioso, nem procurou exercer senhorio sobre a herança pertencente a Deus. O medo e a falta de segurança pessoal têm levado os homens a esmagarem os seus semelhantes debaixo de seus pés. Esse tipo de homem tinha algum interesse a proteger, alguma posição a assegurar; portanto, exigiu submissão de seus seguidores como garantia de sua própria segurança. Mas o homem livre, jamais; ele nada tem a proteger, nenhuma ambição a perseguir, nenhum inimigo a temer.

Por esse motivo, ele é alguém completamente descuidado a respeito de seu prestígio entre os homens. Se o seguirem, muito bem; caso não o sigam, ele nada perde que seja querido ao seu coração; mas, quer ele seja aceito, quer seja rejeitado, continuará amando seu povo com sincera devoção. E somente a morte pode silenciar sua terna intercessão por eles.

Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires. Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito. Haverá de enviar libertação, ao enviar libertadores. É assim que Ele age entre os homens.

E, quando vierem os libertadores... serão homens de Deus, homens de coragem. Terão Deus ao seu lado, porque serão cuidadosos em permanecer ao lado dEle; serão cooperadores com Cristo e instrumentos nas mãos do Espírito Santo...

Extraído da Revista Fé para Hoje - edição digitalizada.

Publicado também no CULTO RACIONAL

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ACONTECEU!!!!


O que eu tanto esperava aconteceu. Por quatro anos, minha família e eu esperávamos por este dia. Foi no último sábado (11/12), na 1ª IPBH que tudo se deu. O canudo chegou! A família estava presente quase em peso. A IP Ideal, da qual sou membro, estava muito bem representada. Meu pastor, Rev. Enos Dias Pereira, ignorou as limitações causadas pela hemodiálise que vem fazendo, e esteve lá com sua família. Viajou 215 km para isso! Isso sem contar os irmãos que nos surpreenderam com sua presença. É ou não é uma data pra não se esquecer jamais? De fato é. Minha formatura no curso de bacharel em teologia no Seminário Presbiteriano RDNE foi de fato inesquecível.

Contudo este dia, apesar de tão significativo, será incapaz de superar a soma dos dias dos quatro anos que o antecederam. Não apenas em quantidade numérica, mas especialmente quanto ao conhecimento de Deus. No dia formatura aprendi que Deus pode nos dar alegrias jamais imaginadas. Mas no decurso dos anos, aprendi que as lutas que Ele mesmo nos proporcionou produziram muito maior efeito.

Nas lutas que vivi, mais do que experimentar a alegria de Deus, eu experimentei a providência de Deus. E que providência! Humanamente falando é impossível conceber como sobrevivemos. Mas sobrevivemos e bem. Não tínhamos abundancia em casa. Tínhamos o suficiente para as despesas de cada mês, e estas precisavam ser controladas à risca. Contudo, nunca nos faltou nada. Quantas vezes perdemos o controle e vimos uma renda que representava a metade dos gastos ser suficiente e ainda sobejar. Deus multiplicou nosso azeite!

Mas além desta providência, vimos também como Deus é soberano. Quantas vezes fui livrado em situações de acidentes com minha motocicleta! Acidentes que, somente compreendendo que Deus os calculou milimetricamente, é possível compreender como escapei. Certa vez, retornando de Ipatinga, meu pneu traseiro estourou a 100 km por hora. Isso aconteceu numa subida, numa curva à esquerda e com um amplo acostamento para que eu pudesse escapar para ali com a moto. Não vinha carro nenhum, em nenhum sentido. Providencia apenas? Não, Soberania mesmo! Deus calculou cada detalhe e por isto aqui para contar a história.

Outra coisa que aprendi com minhas lutas é ser submisso a Deus. Já o amava e o servia, mas ainda não havia compreendido o que é de fato é submissão. Sem ter para onde correr, e onde encontrar recursos, a solução é a inteira dependência e submissão a Deus e à Sua vontade. E como são abundantes as ocasiões deste tipo na vida cristã. Especialmente se você for vocacionado para o ministério pastoral.

Por fim, não posso esquecer também, que "Deus é fiel e juntamente com a provação vos dará livramento de modo que a possais suportar" (I Co 10.13). Este livramento de Deus, foi na verdade um lenitivo para mim. Um alívio em meio às lutas. Este "lenitivo" atende pela alcunha de Turma João Calvino. Quão maravilhosos são os meus colegas de classe! Quão irmãos eles foram! Quão pastores eles foram! Quão "ouvido" eles foram! Agradeço a Deus por eles. Posso unir minha voz à de Paulo e dizer "eles têm sido meu lenitivo" (Cl 4.11).

Assim, estou extremamente feliz pelo “Canudo” que Deus me deu. Mais ainda, pelas lutas e provações que Ele me enviou, até que se completasse a plenitude do meu tempo.

Sola Gratia

Sola Fide

Solo Cristus

Sola Scriptura

SOLI DEO GLÓRIA

Marcelo Batista Dias

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Manifesto anti "Lei da mordaça"


A quantos possa interessar;

Sendo um cristão bíblico, reformado, que acima de tudo ama a Cristo e sua Palavra, que entende que a verdadeira vida está em ser submisso aos desígnios de Deus expressos em Suas Escrituras, e que estes desígnios não são outra coisa senão a VERDADE ABSOLUTA pela qual todo ser humano, criado a imagem de Deus, deve se submeter, manifesto publicamente meu apoio à Igreja Presbiteriana do Brasil a qual pertenço como membro, ao Rev. Dr. Augustus Nicodemus, à Universidade Presbiteriana Mackenzie e à todo povo verdadeiramente cristão, transcrevendo e subscrevendo a nota abaixo:

“Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo”.

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/noticias/leia-na-integra-a-nota-da-universidade-presbiteriana-mackenzie-sobre-a-lei-da-homofobia.html#ixzz167CsPg8I
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Marcelo Batista Dias
Cristão

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eu nasci há dois anos atrás...


...e nem parece. Foi tão rápido que quase não se nota. Não vou dizer que comecei este blog despretensiosamente, porque não foi. Já disse isso certa vez, mas ninguém há que, em sã consciência, construa um blog e não deseje ser lido. Queria mesmo ter um bom numero de seguidores e leitores em geral e estou muito satisfeito com o que alcancei. Não imaginei que pudesse chegar a este ponto.

Quero pedir desculpas a meus queridos leitores pelo tempo ocioso. Já não posto algo próprio há muito tempo. É a correria de final de curso, mais trabalho, família... e vai por aí.

Quero também agradecer. Agradeço muito a todos os que constantemente lêem e comentam os artigos que aqui são postados. Vocês são muito importantes para mim.

Neste tempo conheci e fiz muitos amigos. Amigos e irmãos aos quais ainda não tive oportunidade de conhecer pessoalmente. Quem sabe um dia desses a gente se vê? Espero por este dia.

Pude também observar uma mudança grandiosa no meio evangélico brasileiro. Tenho visto crescer de modo sistemático o senso crítico. De modo gradual, o povo evangélico brasileiro vem deixando de ser massa de manobra. Uma multidão imensa de pessoas acordou para a realidade de que a fé envolve razão e que “crer é também pensar”. Há ainda muitos que são arrastados e envolvidos, mas este número vem diminuindo (Graças a Deus!!!).

Cresci bastante neste tempo. Revi algumas posições. Consolidei outras.

Acima de tudo porém, glorifico a Deus, pois tudo que tenho e que sou é graças a sua bondade e misericórdia constantes sobre minha vida.

“Porque dele, e por meio ele e para são todas as coisas. A ele pois a glória, eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

Marcelo Batista Dias

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Grande deus Entretenimento



http://i948.photobucket.com/albums/ad322/MaluSGirard/entretenimento2.jpg

A. W. Tozer

Há muitos anos um filósofo alemão disse alguma coisa no sentido de que, quanto mais um homem tem no coração, menos precisará de fora; a excessiva necessidade de apoio externo é prova de falência do homem interior.

Se isto é verdade (e eu creio que é), então o desordenado apego atual a toda forma de entretenimento é prova de que a vida interior do homem moderno está em sério declínio. O homem comum não tem nenhum núcleo central de segurança moral, nenhum manancial em seu peito, nenhuma força interior para colocá-lo acima da necessidade de repetidas injeções psicológicas para dar-lhe coragem para continuar vivendo. Tornou-se um parasita no mundo, extraindo vida do seu ambiente, incapaz de viver um só dia sem o estímulo que a sociedade lhe fornece.

Schleiermacher afirmava que o sentimento de dependência está na raiz de todo culto religioso, e que por mais alto que a vida espiritual possa subir, sempre tem que começar com um profundo senso de uma grande necessidade que somente Deus poderia satisfazer. Se este senso de necessidade e um sentimento de dependência estão na raiz da religião natural, não é difícil ver por que o grande deus Entretenimento é tão ardentemente cultuado por tanta gente. Pois há milhões que não podem viver sem diversão. A vida para eles é simplesmente intolerável. Buscam ansiosos o bendito alívio dado por entretenimentos profissionais e outras formas de narcóticos psicológicos como um viciado em drogas busca a sua injeção diária de heroína. Sem estas coisas eles não poderiam reunir coragem para encarar a existência.

Ninguém que seja dotado de sentimentos humanos normais fará objeção aos prazeres simples da vida, nem às formas inofensivas de entretenimento que podem ajudar a relaxar os nervos e revigorar a mente exausta de fadiga. Essas coisas, se usadas com discrição, podem ser uma bênção ao longo do caminho. Isso é uma coisa. A exagerada dedicação ao entretenimento como atividade da maior importância para a qual e pela qual os homens vivem, é definitivamente outra coisa, muito diferente.

O abuso numa coisa inofensiva é a essência do pecado. O incremento do aspecto das diversões da vida humana em tão fantásticas proporções é um mau presságio, uma ameaça às almas dos homens modernos. Estruturou-se, chegando a constituir um empreendimento comercial multimilionário com maior poder sobre as mentes humanas e sobre o caráter humano do que qualquer outra influência educacional na terra. E o que é ominoso é que o seu poder é quase exclusivamente mau, deteriorando a vida interior, expelindo os pensamentos de alcance eterno que encheriam a alma dos homens, se tão-somente fossem dignos de abrigá-los. E a coisa toda desenvolveu-se dando numa verdadeira religião que retém os seus devotos com estranho fascínio, e, incidentalmente, uma religião contra a qual agora é perigoso falar.

Por séculos a igreja se manteve solidamente contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o pelo que era — um meio para desperdiçar o tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um esquema para desviar a atenção da responsabilidade moral. Por isso ela própria sofreu rotundos abusos dos filhos deste mundo. Mas ultimamente ela se cansou dos abusos e parou de lutar. Parece ter decidido que, se ela não consegue vencer o grande deus Entretenimento, pode muito bem juntar suas forças às dele e fazer o uso que puder dos poderes dele. Assim, hoje temos o espantoso espetáculo de milhões de dólares derramados sobre o trabalho profano de providenciar entretenimento terreno para os filhos do Céu, assim chamados. Em muitos lugares o entretenimento religioso está eliminando rapidamente as coisas sérias de Deus. Muitas igrejas nestes dias têm-se transformado em pouco mais que pobres teatros onde '"'produtores" de quinta classe mascateiam as suas mercadorias falsificadas com total aprovação de líderes evangélicos conservadores que podem até citar um texto sagrado em defesa da sua delinqüência. E raramente alguém ousa levantar a voz contra isso.

O grande deus Entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando estórias. O gosto por estórias, característico da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servindo-as com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira.

Não é uma coisa esquisita e um espanto que, com a sombra da destruição atômica pendendo sobre o mundo e com a vinda de Cristo estando próxima, os seguidores professos do Senhor se entreguem a divertimentos religiosos? Que numa hora em que há tão desesperada necessidade de santos amadurecidos, numerosos crentes voltem para a criancice espiritual e clamem por brinquedos religiosos?

"Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio. . . . Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecamos! Por isso caiu doente o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos." Amém. Amém.

Li em O Principal dos Pecadores

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O veneno do evangelho e a vacina evangélica




O evangelho é de fato um veneno poderoso (quem lê entenda). Após ser injetado no individuo, ele produz efeitos terríveis para o homem natural. Ele começa gerando uma dor imensa no coração que bate mais depressa. Essa dor é seguida por um ataque sistemático ao cérebro, fazendo com que a consciência do indivíduo fique pesada ao ponto de não poder permanecer em pé. O individuo é levado ao chão, normalmente se apóia nos joelhos. O incomodo é tal que não há como controlar algumas glândulas. As lacrimais são as mais atingidas, fazendo o individuo chorar copiosamente. Ele ataca também as vontades do individuo. Ele é levado a odiar o que antes mais amava. Passa a detestar seus próprios instintos e a lutar contra si mesmo, a ponto de querer “esmurrar o próprio corpo e reduzi-lo à escravidão”. Os efeitos externos também são visíveis. O individuo infectado passa a ser discriminado pelos seus e pode sofrer inimizade até daqueles que são da sua própria casa. Pode perder o emprego, o casamento e amizades que eram muito queridas. De fato este evangelho é um terrível veneno para o homem natural.

Mas não se preocupe. Se você ainda não foi infectado, e teme que isso aconteça com você, existe uma vacina disponível no mercado brasileiro, Mundial e até mesmo Universal. É a vacina evangélica, ou gospel, como alguns a chamam.

Essa poderosa vacina, como todas as outras, é produzida do próprio veneno. Normalmente o manipulador, extrai o verdadeiro evangelho de sua fonte, retira suas propriedades principais e mais nocivas, deixando apenas uma aguazinha com poucos efeitos colaterais. O individuo apresenta alguns sinais, de que foi vacinado, mas nada que faça efeito real. Ele adquire um linguajar parecido com o dos infectados. Adquire também algumas práticas parecidas. Diferentemente porém, os vacinados, não enfrentam os mesmos problemas dos infectados. Ele são queridos por todos. Não fazem diferença no meio onde estão. E o que é melhor, não precisam mudar nenhuma de suas atitudes. Seus desejos continuam intactos e sua consciência não pesa. O coração também não dói, nem bate mais apressado quando cometem os mesmos erros de sempre.

A melhor parte dessa vacina, é que o individuo fica realmente imune ao veneno original. Os vacinados não podem jamais serem contaminados. Eles são resistentes. Mesmo diante da insistência dos indivíduos infectados em transmitir o veneno e seus efeitos afirmando que tal veneno produz vida e não morte, os vacinados são capazes de resistir. Afinal de contas eles podem desfrutar de parte dele em si, sem precisar sofrer os efeitos terríveis que ele produz.

Portanto se você não quer ser infectado fique longe de igrejas verdadeiras e de blogs como este. Caso você já foi infectado, como eu, não se deixe levar pelas promessas dessa vacina. Ela não podem resolver nosso “problema”.

Marcelo Batista Dias.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

13° Aniversário da I. P. Nova Baden

Este ano comemoramos 13 anos de existência. Grandes foram as lutas e todas vencidas graças a Deus. Muitas ainda hão de vir. Mas sabemos que Deus há de nos honrar em todas. Louvado seja o nome do Senhor.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O motoboy que “habita” em nós


Uma das figuras mais estigmatizadas das grandes cidades é o motoboy. Piloto há alguns anos e sei bem o que é isso. Muitas vezes somos hostilizados no trânsito por conta de alguns motoboys que fazem do trânsito das grandes cidades um verdadeiro caos. Mas ao pensar nos motoboys (genericamente falando) me vem à mente que todos nós temos um “habitando” em nós.

Pense bem. Motoboys em geral são imprudentes. Fazem manobras muitas vezes radicais pondo em risco sua vida e de outros no trânsito. Eles não têm limite quando se trata de avançar. Por entre os carros, em corredores, parados ou em movimento, eles avançam, não sem quebrar uma série de leis e trazer prejuízos com retrovisores e pára-choques arrancados violentamente.

Assim também nós, muitas vezes somos imprudentes. Fazemos manobras políticas nos relacionamentos com o próximo, e às vezes com Deus, e assim ferimos a nós mesmos e aos outros. Muitos “crentes” não têm limites quando se trata de avançar. Passando por cima de irmãos, marchando “pró-féticamente”, avançando sobre o “inimigo” (muitas vezes seu companheiro de banco), para alcançar a “benção”, não sem quebrar uma série de mandamentos divinos e trazendo prejuízo à fé dos muitos crentes sinceros.

Mas os motoboys são também de certa forma heróis. Geralmente eles encaram os serviços que nem eu, nem você, estaríamos dispostos a encarar. O que seria de nossas pizzas de fim semana, se não fosse por um motoboy, muitas vezes pai de família, que se dispõem, mesmo que isso represente enfrentar os perigos das ruas às altas horas, debaixo de chuva, para entregá-la quentinha em nossas casas? O que seria de nós sem aquele “famigerado” motoboy que tanto praguejamos na rua, nos momentos que precisávamos daquele remédio e não tínhamos sequer como ir à farmácia? Ele é o cara que se abstêm do próprio conforto para que o nosso seja mantido. É claro que eles têm sua recompensa também. Afinal “digno é o trabalhador de seu salário” (mesmo sendo pouco).

O problema é que esse motoboy geralmente NÃO “habita” em nós. Quantos crentes você conhece que deixa o conforto de sua cama para ir chorar com você quando sua vida parece desabar sobre a sua cabeça à alta madrugada? Quantos “profetas” você conhece que pagam o preço ao invés de receber o preço de uma vida de oração? Quanto tempo você tem tirado para servir ao invés de querer sempre ser servido? Quantos crentes você conhece que “jura com dano próprio e não se retrata” (Slm 15.4)? Quantos você conhece que pensa mais nos outros que em si mesmos? Quantos de nós estamos dispostos a sofrer pelo bem estar dos outros, mesmo que isso signifique receber algo em troca?

Por mais estigmatizados que sejam, temos que reconhecer que o que esses motoboys fazem de ruim trânsito, nós fazemos na igreja, e o que eles fazem que é louvável, não fazemos para com nossos irmãos. É mais ou menos como Paulo diz: “o bem que eu quero não faço, mas o mal que não quero, esse faço”. Que Deus tenha misericórdia de nós.

Marcelo Batista Dias

Ps. 1: O autor fala genericamente. Nem todos os motoboys são assim, assim como nem todos os crentes também.

Ps. 2: Nenhum motoboy foi maltratado neste post.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Porque cada dia mais as pessoas cometem crimes por motivos banais?


Assisti neste ultimo domingo uma reportagem no Fantástico, que tentou responder a pergunta acima. O resultado da reportagem – NENHUM. A reportagem terminou e não ofereceu resposta ao que ela mesma propôs. A opinião deste autor é que, a Globo não respondeu a questão que ela levantou, porque ela não tem a resposta.

Deus em sua Palavra é o único que pode nos dar esta resposta. A Bíblia apresenta logo no início de seus registros, um crime por motivo banal. Caim, o filho mais velho de Adão e Eva, matou seu irmão mais novo Abel, “apenas” porque sua oferta não foi aceita por Deus, ao passo que a de seu irmão foi. O problema não estava em Abel, nem na oferta, nem em Deus, mas em Caim – “ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante (Gn 4:5). Em suma, a inveja, um pecado “recém-chegado” ao mundo, levou Caim a matar seu irmão. O fato é que desde que o pecado entrou no mundo a vida perdeu seu valor. Afastado de Deus, o homem está entregue a si mesmo. E para o homem caído, nada e nem ninguém tem mais valor que sua própria pessoa.

O humanismo achou que seria o resgate do homem. Era a maravilha da filosofia de Protágoras posta em prática. Mas o tempo passou e o que resta é o fato claro de que o homem não pode resgatar a si mesmo, nem a sua dignidade. Para Sartre somos uma paixão inútil. Para os Engenheiros do Hawaii “estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar”. Enfim, seja para um filósofo moderno ou para uma banda de rock brasileira pós-moderna, a vida perdeu o sentido e o ser humano também. Uma demonstração clara está no fato de que logo após a trágica reportagem, a dor das vitimas é substituída pela “alegria” dos gols do campeonato brasileiro. Tudo volta ao “normal”, a vida continua e continuamos sem valor.

Só existe um lugar onde pode ser resgatada a dignidade do homem – na Cruz. Em Cristo somos ligados de novo a Deus e somos recuperados em nossa dignidade. Somente nele, a imagem do Deus invisível presente no homem na criação e distorcida na queda, pode ser restaurada. Só em Cristo o homem reencontra valor. Em Cristo somos “nova criação” (2Co 5.17). Refeitos de glória em glória, segundo a imagem daquele que nos chamou (2Co 3.18). Somos revestidos “do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”(Cl 3:10).

Portanto a resposta à questão acima é: porque a cada dia que passa o homem se aprofunda no pecado e se afasta mais de Deus. Somente uma transformação que tenha seu ponto de partida na cruz pode mudar esse quadro. E nesse ponto nós, os cristãos protestantes, precisamos rever nossa postura, pois o evangelho que confronta o pecado e o pecador tem sido abandonado em detrimento de promessas mirabolantes de satisfação pessoal ou por uma graça, um amor de Deus que não constrange mais a ninguém (2Co 5.14) à mudança de vida.

Que Deus nos dê o discernimento necessário.

Marcelo Batista Dias

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ouvindo a Jesus em João 4.14 – John Piper




Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.

Ao me ajoelhar naquela manhã de segunda-feira, durante meu devocional, disse: "Ó Senhor, tem misericórdia de mim, pecador! Ajuda-me. Por favor, vem e restaura a minha alma". Em seguida, perguntei calmamente: "Senhor Jesus, o que querias dizer quando falaste: 'Aquele... que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede'? Estou com sede nesta manhã. Ouvi meu colega David Livingston dizendo, ontem à noite, que ele tem sede. Quase todo crente que vem ao meu escritório tem sede. Qual era a tua intenção ao dizer que aqueles que bebessem da tua água não teriam mais sede? Não temos bebido? Esta promessa é vã?"

O Senhor respondeu. Ele me mostrou o resto do versículo, e derramou sobre ele uma luz que nunca vira antes. João 4.14 começa assim: "Aquele... que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede". Isso foi o que me levou a clamar: "O que pretendias dizer? Estou tão sedento! Minha igreja está sedenta! Os pastores com quem eu oro estão com sede! O Jesus, o que querias dizer?"

Jesus respondeu da única maneira pela qual sei que Ele respon¬de. Abriu-me os olhos para ver o significado do que disse na Bíblia. Eu já havia memorizado esse versículo na manhã do domingo, para a minha própria alma e para um possível uso na oração pastoral. Assim, enquanto eu orava, os elementos da comunicação divina estavam no seu devido lugar. (Oh! que percepção perdemos quando não memorizamos mais das Escrituras!)

Enquanto eu suplicava, a segunda parte do versículo falou por si mesma. Jesus disse: "Pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna". Com estas palavras, veio a resposta. Não era uma voz audível, e sim, a voz de Jesus, na Palavra iluminada e aplicada pelo Espírito Santo.

A resposta era assim: quando bebem da minha água, a sede de vocês não é aniquilada para sempre. Se isso acontecesse, vocês sentiriam, posteriormente, qualquer necessidade de minha água? Esse não é meu objetivo. Não quero santos auto-suficientes. Quando bebem da minha água, ela se torna uma fonte em vocês. Uma fonte satisfaz a sede, não por remover a necessidade por água, e sim por estar lá, para lhes dar água sempre que têm sede. Vez após vez! Como nesta manhã. Portanto, beba, John. Beba.

Agora, enquanto escrevo, vejo esta verdade preciosa no Salmo 23: "O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará". Apesar disso, clamamos: "O Senhor, hoje eu tenho necessidades! Conheço centenas de pessoas que têm necessidades e confiam em Ti como o pastor delas. Qual a tua intenção ao dizer que nada nos faltará?"

Agora, aprendemos uma lição. Primeiramente, clamamos. Depois, lemos: "Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma". Refrigera-me. Isso significa que as necessidades surgem em minha alma, e, então, o Senhor Jesus as satisfaz. Elas surgem novamente; Ele as satisfaz. A vida é um ritmo de necessidade e suprimento — e, às vezes, um ritmo de perigo e livramento. "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte...". O vale se tornará (novamente) em verdes pastos, e as águas tranqüilas fluirão (novamente!). Até agora, a fonte está jorrando do interior e o fará para sempre. Por que a fonte, em nosso íntimo, não é nós mesmos; é Deus. "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem" (Jo 7.38-39).

A sede é satisfeita pelo Espírito de Cristo revelando-nos a Si mesmo e as suas promessas, para a satisfação de nossa alma. Mas a sede não é obstruída, para que não percamos o impulso de vir a Ele vez após vez, em busca de tudo o que Deus prometeu ser para nós em Jesus.

Aquele que tem sede venha e continue vindo, até que nossa comunhão seja tão íntima, que não haja qualquer distância entre nós e o Senhor.

Publicado por Cristão Hedonista e divulgado pelo Eclesia.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A PALAVRA nas palavras de Thomas Watson

Thomas Watson (1620 - 1686)

"Embora Thomas Watson tenha escrito muitos livros preciosos, comparativamente pouco se sabe de sua pessoa. Seus escritos são suas melhores memórias. Ele talvez não precisasse de outras e, portanto, a providência evitou o desnecessário. [...]A genealogia de Thomas Watson não lhe atribuiu fama, mas todo o seu brilho provém de suas realizações". (fonte: Jossemar Bessa)

As palavras abaixo foram extraídas de sua obra prima 'A Body of Dinity', lançada em 2009 no Brasil pela editora Cultura Cristã sob o titulo de 'A Fé Cristã'. Nesta obra Watson faz uma série de estudos fundamentados no Breve Catecismo de Westminster. São palavras que nos levam a refletir em como temos visto a Palavra de Deus e valorizá-la mais. Pense bem no que você lerá a seguir e medite bem.

“O material das Escrituras é tão cheio de bondade, de justiça e de santidade que não poderia ter sido inspirado por mais ninguém, a não ser Deus”.

“De cima da torre das Escrituras é lançado uma mó na cabeça do pecado”.

“As Escrituras são a lei real que comanda as ações e as afeições; conecta o coração ao bom comportamento”.

“Ler outros livros pode aquecer o coração, mas ler a Bíblia transforma”.

“Todas as máximas na teologia devem ser levadas ao teste das Escrituras, assim como todas as medidas são comparadas ao padrão”.

“O propósito da Palavra é ser um teste pelo qual nossa graça deve ser testada, uma bóia de demarcação marítima para nos mostrar quais rochas devem ser evitadas. A Palavra deve sublimar e saciar nossas afeições. Deve ser diretiva e consoladora, deve soprar na direção da terra prometida”.

“Nada pode cortar o diamante senão o diamante; nada pode interpretar as Escrituras, senão as Escrituras”.

“Deus, dando-nos sua Palavra escrita para ser nosso guia, retira todas as desculpas dos homens”.

“Até que estejamos acima do pecado, não estaremos acima das Escrituras”.

“Nenhum homem fale de uma revelação do Espírito senão sob suspeita de ser um impostor”.

“Aquele que forja uma nova luz, que esteja acima ou contrário à Palavra, viola tanto a si mesmo quanto ao Espírito: sua luz é tomada emprestada daquele que transforma a si mesmo em um anjo de luz”.

“Quem Deus pretende destruir, deixa brincar com as Escrituras”. (Watson citando Lutero)

“Sacie seu coração com a Palavra, vá até ela para buscar fogo”.

“Empenhe-se de maneira que a Palavra não seja somente uma lâmpada para orientar, mas um fogo para aquecer”.

“Leia as Escrituras não somente como uma historia, mas como uma carta de amor enviada por Deus, que pode afetar os corações”.

“A Palavra é o campo onde Cristo, a perola valorosa, está escondido. Nessa mina sagrada nós cavamos não por um pedaço de ouro, mas por um peso de glória”.

“As Escrituras são o plano e a bussola pelos quais velejamos para a Nova Jerusalém”.

“Aqueles que não forem convencidos pela Palavra serão julgados pela Palavra”.

“Que vantagem tem um carpinteiro que deixa o metro no bolso e nunca faz uso dele para medir e esquadrinhar seu trabalho? Também nós, que vantagem temos se não usamos a Palavra e não regemos nossas vidas por ela?”.

“Que desonra é para a religião que homens vivam em contradição com as Escrituras”.

“Que tenhamos conversas bíblicas”.

“As Escrituras são nosso livro de evidencias do céu”.

“Que grande misericórdia de Deus, pois não somente nos dá a conhecer sua vontade, mas a deu por escrito”.

“Devemos ser agradecidos a Deus por revelar seu pensamento a nós por escrito”.

“Não somos deixados em suspense duvidoso de maneira a não saber no que crer, mas temos uma regra infalível pela qual nos basear”.

“É uma questão de gratidão que as Escrituras foram feitas inteligíveis”.

“As mesmas Escrituras para que outros é uma letra morta, para você devem ser sinônimo de vida”.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Chorei de novo!

Por: Marcelo Batista Dias

As lágrimas rolaram enfim. Era impossível que não fosse assim. Seria impossível retê-las depois de ouvir “Canções à meia-noite”, do Stênio Marcius. Não apenas a musica tema, mas todo o cd é profundamente impactante.

Chorei sim. Chorei como há muito não chorava. Quem não chorará ao ouvir “Senhor do Tempo”? Ou quem é capaz de resistir firme e impassível diante “Alguém como eu”?

Não, eu não recebo comissão. Infelizmente, por enquanto, nem conheço o Stênio pessoalmente. Mas suas canções são primorosas. Dá gosto de ouvir. Não são apenas musicas evangélicas. Ao contrário, é, e tem tudo o que a musica gospel brasileira atual não pode fornecer. Estou consciente do risco das generalizações, mas falo sem temer que a musica gospel brasileira está um caos.

A musica do Stênio não tem fogo. Não tem chuva. Não tem ninguém prometendo vitória. Não é cheia tons e semitons melosos. Não é recheada com gemidos exprimidos forçados pra provocarem emocionalismo barato. É a simples, inteligente, criativa e muito bem confeccionada poesia bíblica.

A musica do Stênio alimenta a alma. É carregada da Palavra. E se não a temos visto nos púlpitos de grande parte das igrejas brasileiras, pelo menos a temos cantada em verso e prosa.

A músico do Stênio é também cheia de unção. Não da “unchão” gospel, mas da unção de quem realmente está interessado em glorificar a Deus e proclamar o Reino, não em vender Cd. Unção de quem tem o coração quebrantado e submisso a Deus.

Quero ser justo. Por isso mesmo afirmo que o Stênio não é o unico. Tem muita gente boa como ele nos mais variados estilos musicais. Deus tem conservado seus "sete mil joelhos" que não tem se dobrado ao brilho do estrelato gospel. E isso não mérito de ninguém a não ser Dele mesmo. O Soberano Senhor que não se deixa sem testemunho.

Quem quiser ter uma boa prévia do conteúdo do disco é só acessar o site do Nelson Bomilcar e poderá se deleitar com um “fino manjar”. E se as lágrimas aparecerem, não as retenha. Eu não as contive e me sinto muito à vontade com isso. Sou grato e glorifico a Deus que também "me criou de forma maravilhosa", e me deu a oportunidade de ser edificado por mais um instrumento Seu.

O vídeo abaixo mostra a musica "Alguém como eu". É apenas uma amostra. O todo é ainda melhor.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

De volta aos "velhos tempos"


Acabou-se a maresia. Por um breve tempo, aproximadamente 190 milhões de pessoas tiveram a cabeça feita pelo verdadeiro ópio do povo brasileiro – o futebol.

Nestes 21 dias de Copa do Mundo deixamos nossa realidade para trás. Tudo o que importava era o sonho do hexa campeonato mundial de futebol. Praticamente paramos no tempo. Os poderosos bancos, que não se preocupam com ninguém além de si mesmos, mudaram seus horários por causa dos jogos da seleção brasileira. Folgas, feriados, festas, bares lotados, "alegria" quase comparada a que se festeja no carnaval. Nem as noticias de Brasília nos incomodaram mais. Aliás os habitantes dos Palácios, Granjas e afins, tiveram um tempo sem serem incomodados por causa de suas “peripécias”.

Contudo, o inesperado desfecho do jogo de hoje nos trouxe de volta à inóspita sequência de nossas vidas. Somente para uma parte, muito pequena, deste vasto território nacional o choro, a dor, o desespero (de alguns) não vem da África.

Em Alagoas e Pernambuco as lágrimas do choro praticamente já se secaram. Mas o desespero de quem tenta recomeçar sem ter nem onde, nem com o que o fazer ainda persiste. Enquanto muitos discutem nas televisões a ineficácia tática da seleção de Dunga, alguns gritam por socorro sem serem ouvidos.

Quem sabe agora que voltamos aos “velhos tempos” a gente possa prestar mais atenção nestes irmãos de sangue que padecem no nordeste brasileiro? Quem sabe fazemos mais que uma “Copa Solidária”? Quem sabe tenhamos uma vida solidária? Quem sabe agora, com mais que 30 segundos de notícia nos telejornais, aqueles possam ter diminuído seu desespero?

Para não ser injusto, preciso destacar e glorificar a Deus pelas “exceções”. Aqueles que não se renderam ao ópio. Aqueles sobre quem a maresia não teve influência significativa. Aqueles que enxergaram mais perto, enquanto praticamente uma nação inteira, olhava iludida para o outro lado do oceano.

Marcelo Batista Dias
(outra vitima do "ópio")


terça-feira, 29 de junho de 2010

Evoluindo...

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Fonte: Desconhecida (recebido via e-mail pessoal)



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