Acabou-se a maresia. Por um breve tempo, aproximadamente 190 milhões de pessoas tiveram a cabeça feita pelo verdadeiro ópio do povo brasileiro – o futebol.
Nestes 21 dias de Copa do Mundo deixamos nossa realidade para trás. Tudo o que importava era o sonho do hexa campeonato mundial de futebol. Praticamente paramos no tempo. Os poderosos bancos, que não se preocupam com ninguém além de si mesmos, mudaram seus horários por causa dos jogos da seleção brasileira. Folgas, feriados, festas, bares lotados, "alegria" quase comparada a que se festeja no carnaval. Nem as noticias de Brasília nos incomodaram mais. Aliás os habitantes dos Palácios, Granjas e afins, tiveram um tempo sem serem incomodados por causa de suas “peripécias”.
Contudo, o inesperado desfecho do jogo de hoje nos trouxe de volta à inóspita sequência de nossas vidas. Somente para uma parte, muito pequena, deste vasto território nacional o choro, a dor, o desespero (de alguns) não vem da África.
Em Alagoas e Pernambuco as lágrimas do choro praticamente já se secaram. Mas o desespero de quem tenta recomeçar sem ter nem onde, nem com o que o fazer ainda persiste. Enquanto muitos discutem nas televisões a ineficácia tática da seleção de Dunga, alguns gritam por socorro sem serem ouvidos.
Quem sabe agora que voltamos aos “velhos tempos” a gente possa prestar mais atenção nestes irmãos de sangue que padecem no nordeste brasileiro? Quem sabe fazemos mais que uma “Copa Solidária”? Quem sabe tenhamos uma vida solidária? Quem sabe agora, com mais que 30 segundos de notícia nos telejornais, aqueles possam ter diminuído seu desespero?
Para não ser injusto, preciso destacar e glorificar a Deus pelas “exceções”. Aqueles que não se renderam ao ópio. Aqueles sobre quem a maresia não teve influência significativa. Aqueles que enxergaram mais perto, enquanto praticamente uma nação inteira, olhava iludida para o outro lado do oceano.
Um comentário:
Oi Alexandre,
Desculpe a demora em responder.
Muito obrigado por seus elogios.
Gostei muito do seu blog tb.
Que continue t abençoando.
Abrçs.
Marcelo
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