Em Mt 28.19 temos a comissão de Jesus aos discípulos. No grego a palavra ‘Ide’ é: “poreuomai: persistir na jornada iniciada, continuar a própria jornada; seguir alguém, isto é, tornar-se seu adepto; achar o caminho ou ordenar a própria vida. Expressa o movimento em geral, que dá proeminência (ênfase) ao comportamento”. (Fonte: Biblioteca Digital Libronix)
Alguns traduzem esta palavra como INDO, mas o correto, de acordo com o tempo verbal em que ela está escrita é “havendo indo”. Parece estranho, mas é que o Aoristo (tempo verbal da gramática Grega), não possui uma tradução no português. O conceito desse verbo não leva em consideração o tempo, seja passado, presente, ou futuro. Por isso esta colocação de Jesus transmite a idéia de que o cumprimento da missão começa no momento em que fomos chamados por Ele para a salvação. A partir daí não está ligado a um momento determinado da historia de nossas vidas. Iniciada a jornada cristã, devemos acertar nossa vida e manter uma ênfase ao nosso comportamento, constantemente. A missão deve fazer parte de nossas vidas como um todo. A evangelização não é só uma prática que se realiza em determinados momentos, é um estilo de vida. É algo que está intrínseco ao crente e não pode ser separado de sua natureza. Não há como viver sem pensar que, em todos os momentos da vida, somos evangelistas e discipuladores.
Vemos isto de forma clara na vida da Igreja Primitiva: Atos 2. 41-47(ênfase no v. 47 – a ação de Deus por intermédio do testemunho da igreja – “enquanto isso...”); 4.32-35; 5.13 e 14; 8.4; 9.31; 1 Ts 1.2-10; 1Ts 2.10-12; há ainda uma grande quantidade de outros textos que nos mostram que a pregação do evangelho não está restrita há momentos específicos. A Igreja Primitiva, não esperava as festas pagãs acontecerem para pregar o evangelho. Ela o fazia o tempo todo através da pregação da Palavra de Deus e de seu testemunho pessoal.
O que quero deixar bem claro é que a evangelização eficaz é fruto de uma vida verdadeiramente comprometida com Cristo. Se um homossexual se converte através de um folheto que lhe entregarmos, será que, ele encontrará testemunho verdadeiro em nosso meio? Será que ele ao menos vai ser recebido como gente? Será que estamos preparados para dar embasamento prático às verdades que nós conhecemos na teoria? Como vamos falar de Cristo se não o conhecemos verdadeiramente? É como disse Mahatma Gandhi: “Nós devemos ser a mudança que desejamos ver”.
Caio Fabio escreveu um livreto intitulado Sal fora do Saleiro. Entre outras coisas ele destaca que não há função para o sal enquanto está no saleiro. A menos que o lancemos sobre os alimentos, não há função para ele. Contudo, para que faça diferença, mesmo quando lançado para fora do saleiro, é preciso que o sal tenha se mantido íntegro. Ele não pode ter perdido suas características, do contrário seu lugar é o lixo. Assim, se queremos fazer diferença onde quer que seja, precisamos urgentemente avaliar nosso comprometimento com Deus. Se perdermos isto, a única coisa que vamos produzir é endurecimento ao coração das pessoas. Seremos como o sal que cai sobre a terra tornado-a totalmente estéril (Mt 5.13).
Que Deus nos abençoe e nos ajude!!!
Marcelo Batista Dias
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