Seria um dia comum se não fosse pelas palavras que o velho ouviu de seu filho mais moço: “Pai eu quero o que é meu. Dá-me a parte dos bens que me cabe”.
“Que atrevido!” – talvez pensasse o velho. Mas sem muita conversa dividiu a herança e deu ao jovem o que tanto queria. Compreensão de pai...
Entra dia e sai dia, e lá está a cabeleira branca despontando por sobre a porteira da fazenda – “Pode ser que demore muito, mas sei que um dia ele vai voltar. Vê-lo-ei pela estrada. Correrei, o abraçarei, o beijarei...”. Esperança de pai...
Os dias passam lentamente. Mas um dia, de repente, eis que surge o tão esperado. O filho, mendigo, vem cambaleando pela estrada. Maltrapilho, malcheiroso...
Quem se importa! O velho se esquece dos anos que lhe pesam sobre os ombros. Sente a força em suas pernas, e como se fosse o jovem de passados anos, dispara em direção ao vulto cambaleante na estrada. Amor de pai...
Lágrimas. Abraços. Beijos. “Pai me perdoa. Pequei contra céu e contra ti. Faze-me teu escravo. Não posso mais ser chamado de filho”.
“Ouçam todos! Achei meu filho perdido! Tragam as roupas, as sandálias e o anel! Meu filho voltou! Matem o melhor novilho! Chamem os vizinhos! Comamos! Bebamos! Regozijemo-nos!”. Graça de pai...
O filho mais velho vem chegando da labuta. Ouve a musica, vê as danças e se aproxima – “O que está acontecendo? Que festa é essa?” – corre ao pai e, sem acreditar no que vê, dispara contra o velho, mas alegre coração:
“Não posso acreditar papai! Estou sempre com o senhor, e nunca se alegrou tanto por mim! Mas a este desprezador, que gastou o fruto do seu penoso trabalho, dá-lhe esta grandiosa festa?”.
“Meu filho... Tudo o que vês é teu. Sempre estiveste vivo aqui comigo. Nunca lhe neguei nada. Mas teu irmão estava morto, e reviveu, estava perdido e foi achado”. Sabedoria de pai...
Depois de longa conversa, entram os dois festa adentro. Família reunida outra vez. Simplesmente, pai...
Uma homenagem do Ecclesia a todos os pais de plantão. Feliz dia dos pais!
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