segunda-feira, 6 de abril de 2009
Porque Senhor?
O problema do sofrimento na vida do crente é verdadeiramente uma interrogação. Quando vemos alguém que tem agido de modo ruim em sua vida e sofre por isso, até entendemos. O problema é quando vemos alguém, ou nós mesmos somos esse alguém, que tem vivido um relacionamento pessoal com Deus sofrendo terrivelmente.
Li essa semana um pequeno texto de John Stott que me deu uma nova perspectiva em relação ao sofrimento do crente. Principalmente quando este sofrimento nos leva a questionar se Deus realmente tem bons propósitos para nossa vida. Neste texto, Stott diz que a Escritura no assegura que não sofremos sozinhos. Ele diz que o nosso “Deus, é um Deus sofredor”.
Jesus, o nosso Deus, chorou de dor por causa de Lázaro, a quem muito amava (João 11). Chorou também por causa de Jerusalém e sua ignorância espiritual (Lc 19.40-42). Mas nenhum sofrimento foi maior do que aquele proporcionado pela cruz. Lucas registra o tamanho da angústia e dor que Cristo sofreu antes mesmo da cruz. Segundo Lucas, o “seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22.44).
Por isso diante do nosso quadro de dor, não nos resta outra coisa senão concordar com Stott e nos voltar para “aquela figura solitária, retorcida e torturada na cruz, os cravos atravessando as mãos e os pés, as costas laceradas, os membros deslocados, a fronte sangrando por causa dos espinhos, a boca intoleravelmente sedenta, lançada nas trevas do abandono de Deus”.*
Esse é o nosso Deus! “Ele deixou de lado a sua imunidade à dor. Ele entrou em nosso mundo de carne e sangue, lágrimas e morte. Ele sofreu por nós. Nossos sofrimentos tornam-se mais manejáveis à luz dos seus. Ainda há um ponto de interrogação contra o sofrimento humano, mas em cima dele podemos estampar outra marca, a cruz, que simboliza o sofrimento divino”.*
Quando o sofrimento invadir sua vida, conforte-se na cruz. Nela o nosso Deus sofreu. E eu garanto que o sofrimento dele, supera em quantidade inumerável, o nosso sofrimento. Nada pode medir o tamanho da dor de Cristo no Calvário. Lembre-se do cântico: “Não saberei quanto custou, ver meus pecados pagos na cruz”, e console o seu coração.
Sei que responder a pergunta do título não é fácil, mas sei que o meu Senhor sabe mais do que eu o que é sofrer.
Que Deus nos abençoe e nos console sempre na cruz de Cristo.
Marcelo B. Dias
Artigo publicado no boletim da congregação de Nova Baden, Betim em 05/04/09
* Texto extraído do livro: A cruz de Cristo; de John Stott; Editora Vida, São Paulo. Pág. 151.
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