quarta-feira, 10 de junho de 2009
“Peixes não vão atrás de anzóis vazios”
Um homem levou seus filhos para pescar. Seu filhinho, mais novo entre todos, ficou muito empolgado com sua primeira pescaria. Mais extasiado ainda ele ficou quando seu pai lhe mostrou a vara com o anzol. O brilho, a beleza, as formas do pequenino anzol o encantaram. Mais do que depressa ele o lançou ao rio. Qual não era sua decepção ao ver seu pai e irmãos pegando bons peixes e ele ainda sem nada. Indignado foi reclamar com seu pai:
- Papai, porque só eu não consigo pegar peixes?
O pai pegou sua vara e verificou que estava tudo ok exceto pela ausência da isca.
- Meu filho – disse o pai com bastante carinho – está faltando a minhoca!
- Mas se o anzol é tão belo, porque preciso de minhoca? - perguntou ele.
O pai cuidadosamente respondeu:
- É porque peixes meu filho, não vão atrás de anzóis vazios.
Ouvi esta pequena parábola ontem e fiquei fascinado. Ela nos foi contada por nosso professor de didática para nos mostrar a importância de ensinar aquilo que as pessoas necessitam e tem sede de aprender. Pessoas são atraídas por conteúdos relevantes à sua vida.
Mais tarde fiquei pensando em quão distante desta realidade está boa parte da igreja evangélica de nossos dias. É claro que nossa pescaria é diferente. Não pescamos para que os peixes morram e nos fartemos deles. Os pescamos para que tenham uma nova vida. Uma nova natureza. Os pescamos para que sejam como nós – peixes que respiram e vivem muito melhor fora d’água. Mas se continuarmos com este tipo de prática o máximo que vamos conseguir fazer é dar banho em anzol.
Muitos estão tentando atrair “peixes” apenas com o brilho do anzol. Estão tão encantados com seus métodos, a forma e com a robustez de “sua teologia” que perdem de vista a necessidade das pessoas – alimento pro dia-a-dia. Esquecem que peixe nenhum pode ser pescado sem isca. Aliás, ninguém quer ser pescado sem isca. Acho isso muito natural e não vejo aqui qualquer tipo de barganha escusa. Pelo contrário, vejo um desejo legítimo pelo alimento que sustenta a vida. O ser humano é “pescado” pelo evangelho por que este o atrai. O seduz. O encanta. Mas é exatamente esta “isca” que falta nos anzóis de muitos por aí. O resultado disso é uma pescaria sem peixes.
Por outro lado temos aqueles que lançam mão de iscas artificiais que com seu brilho falso, enganam os peixes mais “cegos” do fundo dos rios. Atraem seus peixes com a falsa promessa de alimento e quando os pescam, matam ao invés de vivificar. Ao invés de alimento, uma massa plástica colorida. Apenas imitação do verdadeiro. O resultado é que desses peixes, aqueles que são mais fortes, vêem, mordem a isca, percebem que foram enganados, se soltam e nunca mais voltam a olhar para qualquer tipo de isca, nem para as verdadeiras. (E como isso dificulta a pescaria daqueles que usam a “isca” certa!!!). O resultado são peixes resistentes e arredios, quando não mortos.
O Carpinteiro que nos ensinou a pescar para Vida, nos deu isca de sua própria carne. Esta é a “verdadeira comida” (Jo 6.55). Dela não podemos deixar de oferecer em nossos anzóis. Menos ainda substituí-la por rações humanas enganosas que só acabam de matar os peixes que já estão sem perspectiva de vida. Caso contrário continuaremos apenas banhando o anzol...
Marcelo Batista Dias
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2 comentários:
Texto Fantastico parabens.
Fiquei com vontade de postar no Genizah.
Navegando por ai achei seu blog. Surpresa boa. Vou segui-lo a partir de agora. Quando tiver um tempinho, vá visitar meu blog também e me diga se posso postar este texto...
A paz!
Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/
Ô Danilo claro q pode...
É nosso... fica a vontade.
Paz...
Abrçs.
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