Apesar de não gostar muito de reality shows (principalmente quando se sabe que não tão reality assim), não pude evitar a analogia entre a arte e a vida. Enquanto meditava nas escrituras ocorreu-me uma relação que considero interessante, entre o reality show No limite e a condição espiritual do homem (guardadas as devidas proporções é claro!).
Os participantes estão em lugar paradisíaco. Contudo, apesar da beleza do lugar, estão em sofrimento constante. Um limite está estabelecido entre eles e o premio que almejam . Eles estão isolados e lutando para se manter vivos nesse “mundo”. Porém nem todo seu maior esforço para transpor o limite é valido – o limite constantemente os vence. Lutam por um “ídolo da imunidade”, porém ele não pode efetivamente os proteger, pois depende sempre de seus esforços em vencer o limite (o que nem sempre acontece).
O premio por que lutam lhes garantirá uma vida melhor. Esperam com esse premio nunca mais terem que viver no limite. No entanto a única chance de permanecerem na luta pelo prêmio é sendo escolhidos pelos telespectadores. No final apenas o escolhido pode transpor o portal em direção ao premio. Alguns não suportam a pressão e pedem pra sair. Outros vão ficando pelo caminho, tirados por seus próprios companheiros de jugo. Apenas chegam perto do portal, mas não o podem atravessar.
Assim é o “reality espiritual show” em que vivemos. Nosso paraíso é a Terra. Vivemos em meio a um clamor constante que aponta para o Criador (Slm 19.1). O próprio Criador está disponível e atento a nossa condição. No entanto há um sofrer intenso que nos impede de perceber isso.
Nosso limite é o pecado e ele nos causa sofrimento terrível. Ele é a raiz de todas as nossas lutas e o motivo pelo qual não enxergamos o Deus por trás do paraíso em que vivemos.
O premio que almejamos é a vida eterna. Uma vida de gozo sem par onde toda dor e sofrimento pela vida no “limite” serão definitivamente esquecidos. Contudo nem todo nosso maior esforço para vencer as provas e superar o limite pode nos levar à sua conquista. Não podemos por nós mesmos alcançar a vitoria. Não há força em nós que nos leve a transpor o limite.
Para piorar a situação, o nosso “ídolo da imunidade” – a religiosidade – só nos concede uma sensação, mas não nos imuniza de verdade nem garante a vitoria final. Principalmente por que está concentrada em nós mesmos e no que somos capazes de fazer para vencer o limite.
Apenas Deus é quem pode nos tirar deste mundo. Ele o faz através do Portal que Ele mesmo abriu – Jesus Cristo (Jo 10.7). Somos incapazes de transpor este Portal. Podemos até nos aproximar dele, mas jamais o transporemos. Só os que são alcançados por Cristo é que podem fazê-lo. Só os seus escolhidos "entrarão e sairão e acharão pastagem". Só Ele pode nos conduzir ao “Prêmio da Soberana Vocação”.Só alcança a Deus quem é alcançado por Ele.
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