Há poucos dias eu assisti uma parte da “sessão da tarde”. Foi um daqueles raros momentos que a gente tem para tomar fôlego no meio da correria diária. Foi um filme interessante e como não podia deixar de ser, as metáforas e comparações foram inevitáveis.
No filme, um desenho, diga-se de passagem, a história de um cavalo extremamente selvagem que não aceitava montaria de ninguém. Apesar de seu escrúpulo quanto aos humanos, foi pelas mãos de um que ele foi salvo. Além disso, sua paixão por uma égua muito bonita lhe mostrou que é possível ser livre estando preso a alguém.
Achei isso muito interessante. Hoje se fala muito de um anti institucionalismo eclesiástico. Muitos cristãos evangélicos revoltados com o status quo da igreja, levantam ardorosamente suas bandeiras contra tal contexto. Eu também levanto minha bandeira contra esse tipo de sistema. Mas o que me encabula é: até que ponto o rompimento com a instituição nos deixa livres? Pergunto por que muitos no afã de romper com o institucionalismo danoso estão rompendo com a Instituição.
A Igreja é uma instituição divina. Fica muito clara no livro de Atos e nas cartas de Paulo essa verdade. A Igreja tem liderança, tem administração, é um corpo, tem vários membros com funções especificas, tem regras, ou seja, tem características claras de uma instituição. Por isso não podemos descartar a ligação com esta instituição, tendo em vista que foi fundada e é “gerenciada” pela Cabeça – Cristo. Quem está ligado a Cristo, está ligado ao Seu corpo, que é a Igreja, e quem não está ligado à Igreja não está ligado a Cristo. Igreja com I maiúsculo (quem lê entenda). Isso é fato bíblico e não catolicismo medieval.
Algumas pessoas estão descaracterizando a Instituição em detrimento do institucionalismo que é nosso verdadeiro problema. Gente que tem posto em xeque características básicas e imprescindíveis desta Instituição chamada Igreja.
Liderança, disciplina, doutrinas como graça, santificação, pecado, condenação eterna (inferno não é politicamente correto), e outras mais, que foram deturpadas pelo institucionalismo, tem sido reinterpretadas por alguns destes revolucionários. Algumas têm sido até mesmo excluídas dos discursos, como é o caso da doutrina do pecado e da condenação.
Quando se rejeita características básicas e imprescindíveis da Instituição, rejeita-se a Instituição. O que deveria acontecer é o resgate das verdades que o institucionalismo deturpou e não a reinterpretação das mesmas. Não podemos correr o risco de romper com verdade por causa da mentira.
No frigir dos ovos muita gente vai perceber que cuspiu contra o vento. Ao tentar, bem intencionadamente, extrair a praga do institucionalismo, acabou por arrancar parte da Instituição sem a qual é impossível ser livre de verdade. É como nosso cavalinho lá em cima. Um dia perceberão que liberdade não quer dizer necessariamente desprendimento ou independência.
Marcelo Batista Dias
2 comentários:
bom texto cara, exelente para discutirmos um dia face to face.
abraço
falow
Ô fred! Q saudade dos nossos debates!!!
Vamo sim. Em breve nos veremos.
Grande abraço.
Marcelo.
Postar um comentário